Os perigos da obesidade infantil
 No Brasil, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos está acima do peso recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse número alarmante é reflexo do comportamento da família moderna, que passa pouco tempo em casa, come mal e se exercita menos. Fast-food, doces e refrigerantes recheiam o cardápio dos pequenos. E, por isso, as crianças estão engordando cada vez mais. “Pode-se enumerar várias causas do sobrepeso e obesidade infantil, sendo que as principais são o excesso de alimentos de alto valor calórico e ricos em gorduras; baixo consumo de frutas, verduras e legumes; e, do outro lado, o sedentarismo”, explica o endocrinologista pediátrico Dr. Alexandre Menna Barreto.É fundamental que a criança que esteja engordando demasiadamente seja avaliada por um profissional. “A avaliação precisa ser completa, sendo que se deve descartar distúrbios na glândula tireoide, excesso de produção de cortisol e até uma deficiência na produção de hormônio de crescimento, quando o sobrepeso está associado à baixa estatura. Além disso, na investigação, são avaliados os níveis de vitamina A e D, complexo B, ferro, zinco, nutrientes que podem estar em falta, o que é conhecido como ‘fome oculta’”, informa o Dr. Alexandre.

A partir dessa avaliação, é inciado o tratamento adequado, de acordo com cada caso. “Os pais têm um papel fundamental no combate à obesidade infantil, pois são exemplos a ser seguidos pelas crianças, ou seja, os pequenos seguem os hábitos que têm em casa. Por isso, é essencial que as crianças sejam apresentadas às verduras, frutas e legumes. Façam refeições em ambiente calmo e sem a interferência da TV, pois quando se ‘alimenta’ assistindo ao seu programa favorito, a criança não mastiga com qualidade, não é capaz de perceber o que e nem o quanto está ingerindo, por perder a noção de saciedade”, esclarece.

Prevenção

A melhor saída, segundo o Dr. Alexandre, é realmente a prevenção, que deve ser iniciada o mais cedo possível. Cabe aos pais estabelecer e cumprir horários das refeições; restringir o consumo de alimentos ricos em gordura saturada e açúcar; evitar refrigerantes e sucos artificiais; estimular o consumo de frutas, legumes, verduras e cereais integrais; respeitar a saciedade da criança. Por outro lado, estimular a prática esportiva desde os primeiros anos, brincadeiras ao ar livre e passeios também é importante.

A abordagem em relação ao sobrepeso e obesidade consiste em uma modificação permanente no comportamento alimentar e de atividade física. O sucesso na prevenção e tratamento depende do envolvimento da família como um todo, pois o exemplo é essencial.