Seu filho está pálido, comendo mal e se sentindo cansado? Alerta: ele pode estar com anemia. A doença ocorre quando a concentração de hemoglobina (componente do sangue) diminui e, consequentemente, o abastecimento de oxigênio para os tecidos do corpo fica comprometido. A anemia pode ter várias causas, mas as mais frequentes são as carenciais, principalmente pela deficiência de ferro (anemia ferropriva). Segundo a Pediatra e Hematologista Pediátrica Dra. Luciane Cristine Oliveira Valdez, a criança está mais propensa a quadros de anemia devido a grande necessidade de nutrientes no processo de crescimento e pela dificuldade maior de alimentação balanceada.Na infância, a alimentação deve ser introduzida conforme o crescimento, de acordo com a orientação do pediatra. “Devemos cuidar para que nesse processo não ocorra a falta dos nutrientes necessários para o desenvolvimento infantil. E sempre que necessário suplementar com ferro e vitaminas. As crianças precisam ser estimuladas a adquirir hábitos alimentares saudáveis, como a ingestão de frutas, verduras, grãos, entre outros. Crianças que têm na família história de anemias não carenciais, devem ser investigadas e acompanhadas desde o nascimento, para evitar quadros graves”, explica a Dra. Luciane. Saiba mais sobre o assunto com a especialista:
Quais os tipos de anemia na infância?
As anemias podem ser:
Carenciais: quando não são oferecidos os nutrientes suficientes como ferro, ácido fólico, vitamina B-12;
Hemolíticas: quando há a destruição de hemácias (esferocitose, anemia falciforme);
E por perdas: devido a sangramentos agudos ou crônicos.
Por que as crianças estão mais propensas a desenvolver anemia?
A reserva de ferro do bebê vem da gestação e dura até aproximadamente seis meses, e a alimentação não possui quantidade suficiente de ferro e outros nutrientes. Por isso, é mais fácil a criança desenvolver anemia. E se faz necessário a suplementação de ferro no primeiro ano de vida e após uma dieta balanceada. Mães que tiveram anemia na gestação, principalmente no terceiro trimestre, devem ficar mais atentas. Crianças que fazem outros tratamentos de saúde também devem ter cuidado redobrado.
Quais são os sintomas da doença?
Os sintomas da anemia são a palidez de pele, sonolência, cançaso e também pode haver redução do crescimento. Caso os pais suspeitem da doença, devem levar o filho ao pediatra para ser examinado e, assim, poder diagnosticar a anemia.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de anemia é feito pela história de alimentação inadequada, pela avaliação clínica, na qual o pediatra irá observar alterações como a palidez, por exemplo. Além disso, são realizados exames laboratoriais, hemograma, saturação de transferrina, reticulocitos, entre outros.
Existem crianças com maior tendência a desenvolver anemia?
Sim. As crianças mais propensas a desenvolver a doença são as prematuras, com doenças crônicas, com alergias alimentares, dieta inadequada, desnutridas e que apresentam infecções de repetição. Vale lembrar que em casos de anemia persistente deve-se pensar na possibilidade de anemias por causas e não carenciais.
O que causa a anemia carencial?
A ingestão insuficiente de nutrientes por alimentação inadequada, ou seja, come-se pouco ou come-se errado. É necessário uma dieta variada, rica em nutrientes e com o mínimo possível de guloseimas, fast food e produtos industrializados.
Quais alimentos devem ser estimulados na dieta da criança para evitar anemia?
A alimentação deve ser a mais saudável possível, com alimentos não processados, sem conservantes e corantes, preferencialmente, frescos e ricos em nutrientes. Devemos introduzir os alimentos conforme a idade e orientação do pediatra, como carnes e grãos, alimentos integrais, frutas, legumes e folhas, incluindo a verde escura.
Quando procurar o hematologista?
O hematologista deverá ser consultado sempre que o pediatra fazer o encaminhamento, geralmente nos casos em que a resposta ao tratamento não foi adequada ou em caso de anemias não carenciais. Se a criança tem história familiar de anemia, como esferocitose, falciforme, talassemia, também é fundamental procurar o hematologista.