Nutrição nos primeiros mil dias do bebê
Um período que pode mudar radicalmente o destino da criança, podendo evitar possíveis doenças na vida futura, tornando-a mais saudável e reduzindo os riscos de obesidade, diabetes, doenças cardíacas e dislipidemias. Trata-se dos mil primeiros dias de vida do bebê que vão da concepção até os dois anos de idade, 270 dias de gestação mais 730 dias de vida.

‘’A nutrição adequada, no pré-natal e principalmente nos primeiros mil dias de vida, desempenha um papel crítico no processo de formação e desenvolvimento cerebral, e contribui decididamente para o pleno desenvolvimento da criança’’, afirmam as nutricionistas Dra. Rochele Riquet e Dra. Regina Castelar.

Segundo elas, as crianças devem receber alimentação correta, por meio de nutrição pré-natal adequada em sua composição (calorias, gorduras, proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais), aleitamento materno exclusivo desde a primeira hora de vida e em livre demanda nos primeiros seis meses, adição de alimentos complementares adequados e continuação da amamentação até os dois anos de vida ou mais.

Isso deve ser aliado a um ambiente propício de amor e respeito, necessários para desenvolver laços fortes com seus cuidadores e lançar a base para um desenvolvimento pleno e saudável.

As nutricionistas esclarecem que a amamentação exclusiva atende às necessidades dos recém-nascidos a termo, por isso desaconselha-se o uso de soro glicosado, água ou fórmula infantil que podem interferir no estabelecimento da amamentação e nos mecanismos metabólicos compensatórios do bebê.

A Dra. Rochele e a Dra. Regina afirmam ainda que o leite materno é o alimento ideal para a nutrição infantil, pois contém todos os nutrientes essenciais para cada etapa de vida da criança, e seu estímulo deve ser total e irrestrito.

“Oferecer à criança alimentos que não o leite materno antes do quarto mês de vida é em geral desnecessário e pode deixar a criança mais vulnerável a diarreias, infecções respiratórias e alergias alimentares. Em compensação, a introdução de alimentos tardiamente, após o sexto mês, também pode trazer consequências indesejadas, tais como deficiências nutricionais e outras”, orientam.

Por isso, é de grande importância a presença de um nutricionista para uma orientação adequada de um plano alimentar para mamãe e bebê, formando hábitos saudáveis para muito além dos mil primeiros dias de vida.