Ao perceber que seu filho está mais quente que o normal, a primeira reação é quase sempre de preocupação e até de desespero, mas é importante também prestar atenção a outros sinais que podem aparecer antes de medicá-lo ou mesmo de levá-lo ao médico. Os pediatras Dra. Fernanda Presotto Trolezi e Dr. Carlos Renato Yatuhara explicam que a febre é um sintoma e não uma doença, que geralmente é causada por uma infecção viral benigna. Segundo eles, o atendimento imediato é indicado a crianças menores de três meses, menores de três anos com temperatura superior a 39ºC ou de qualquer idade que apresentem sinais de alerta ou febre superior a 72 horas.
“Vale ressaltar que o mais importante nas crianças maiores de três anos não é a temperatura isolada, mas sim os sinais, sintomas e seu comportamento”, alertam. Eles afirmam que não existe consenso absoluto sobre a temperatura febril exata. O mais considerado é a retal igual ou superior a 38ºC. “Apesar disso, alguns países, incluindo o Brasil, culturalmente utilizam a temperatura axilar, que é entre 0,4ºC a 0,8ºC menor que a retal, considerando-se febre, então, o quadro maior ou igual a 37.8 ºC “, orientam.
Durante muito tempo, o termômetro de mercúrio foi amplamente utilizado devido a sua precisão. Entretanto, por causa do risco de toxicidade, os mais indicados atualmente são os modelos digitais. A precisão vai depender do fabricante e do local a ser medido. Para realizar a aferição axilar, a mais utilizada, os pediatras explicam que é preciso desagasalhar a criança, enxugar a região axilar, colocar o termômetro embaixo da axila em contato com a pele e manter o braço firmemente apertado contra o tórax por quatro minutos ou até a liberação sonora de cada tipo de equipamento.
Não é obrigatório medicar sempre já que a febre não é uma doença, e sim uma resposta de defesa. Porém o remédio pode ser administrado quando há sintomas associados que causam desconforto à criança. “Mas qualquer que seja o caso é importante sempre manter as crianças bem hidratadas, pois a febre ocasiona um aumento do metabolismo e, consequentemente, um aumento do gasto energético que pode resultar na desidratação”, ressaltam os pediatras.
Convulsões
Apesar de haver predisposição genética, apenas 5% das crianças entre seis meses e seis anos podem apresentar convulsão febril decorrente do rápido aumento da temperatura e não da temperatura em si. Apesar de assustadora, ela tem caráter benigno e não causa danos neurológicos. “Em casos de crise mantenha a calma, marque o horário de início, deite a criança em uma superfície plana, vire-a de lado e não coloque a mão na boca. Após cessada a crise leve-a ao pediatra”, aconselham.