Publicidade
O que caracteriza o estresse tóxico?É um problema que afeta crianças de todas as classes sociais, quando há um nível de estresse superior a sua habilidade e maturidade de lidar com ele. Quando as experiências adversas são graves o suficiente para superar a capacidade de uma criança de lidar com os desafios, ou quando o fator estressante é de longa duração, frequente ou de forte intensidade, o estresse passa a ser considerado tóxico.Quais são as adversidades que podem provocar o estresse tóxico?As adversidades podem se originar de um contexto individual, social e/ou familiar. Os fatores relacionados ao indivíduo envolvem prematuridade, baixo peso e doenças; já os sociais estão ligados a pobreza, desnutrição, fome, agressão física, dificuldade de acesso à saúde e à educação; enquanto os familiares envolvem número de atividades e responsabilidades excessivas (“miniexecutivo”), famílias desestruturadas, problemas conjugais entre os pais.Quais as consequências do estresse tóxico na infância no decorrer da vida adulta?O indivíduo que foi exposto ao estresse tóxico na infância apresenta maior vulnerabilidade ao desencadeamento de doenças crônicas, como hipertensão arterial, diabetes, doenças pulmonares, cardiopatias isquêmicas, acidentes vasculares cerebrais e doenças autoimunes. O risco aumenta de modo significativo também para a incidência de distúrbios neuropsiquiátricos e comportamentais e do desenvolvimento, tais como depressão, ansiedade e transtorno obsessivo compulsivo, além de maior risco a dependência química, autismo e transtorno de hiperatividade e déficit de atenção.Como prevenir o estresse tóxicoA prevenção do estresse tóxico está diretamente ligada às rotinas da criança. Veja como agir diante das atividades infantis mais relevantes:Acesso à tecnologia: o uso excessivo, precoce e não supervisionado de dispositivos eletrônicos tem causado prejuízos de ordens cognitiva, psíquica e física nas crianças. Recomenda-se que crianças abaixo de 2 anos não devam ser expostas de forma passiva às telas digitais. Para crianças entre 2 e 5 anos, o tempo de tela deve ser de 1 hora por dia com a supervisão do conteúdo acessado. Para os maiores de 6 anos e adolescentes, o tempo de tela não deve exceder 2 horas por dia a não ser em caso de trabalhos acadêmicos, estabelecendo intervalos de descanso e atividade física, restringindo o tempo de jogos online, uso de aplicativos e redes sociais.Sono: para a criança dormir bem, sua rotina diária deve ser bem calculada, sem exageros de atividades extracurriculares, com prática de exercícios físicos preferencialmente à tarde e dinâmica familiar mais calma ao anoitecer, evitando brincadeiras excitatórias, muitos eventos sociais, discussões, cenas de novela e negligência. O horário de ir para cama não deve ultrapassar as 21h.Leitura: a leitura estimula o desenvolvimento cerebral, melhora relacionamentos entre pais e filhos, favorece a linguagem e as habilidades sócio-emocionais. Ler em voz alta para os filhos é um dos mais efetivos caminhos para enriquecer e aprimorar a linguagem e o vocabulário em crianças pré-escolares. Lembre-se de escolher livros apropriados para a faixa etária da criança. E, claro, dê o exemplo! Mantenha ou adquira o hábito de leitura.Brincadeira: as brincadeiras potencializam a capacidade de aprender, de criar e de se desenvolver fisicamente. Crianças ativas possuem maior autoestima que as inativas uma vez que apresentam redução dos sintomas de ansiedade e de depressão. Para que se extraia o máximo de benefícios do brincar, é importante que a criança não brinque somente com outras pessoas (adultos ou crianças), mas que também o faça individualmente. O momento da brincadeira deve ser usado também para se trabalhar questões do dia a dia da criança, inclusive temas de grande impacto negativo, como uma violência vivida pela criança ou outra situação traumática. Sempre reserve um tempo para brincar regularmente com seus filhos.Alimentação: para que a criança encare a alimentação como rotina prazerosa, ela deve ter o controle das escolhas, das recusas e da quantidade do alimento. Nunca force a criança a comer e sim barganhe, caso contrário a refeição torna-se um campo de batalha e geralmente a criança vence.
Estresse tóxico: qual seu efeito sobre as crianças?

O estresse é uma realidade da vida moderna! E nem as crianças têm escapado. A exposição a adversidades e a experiências negativas de forma intensa e prolongada tem trazido à tona o que os médicos chamam de estresse tóxico. O problema pode gerar danos irreversíveis ao desenvolvimento neuropsicomotor da criança, além de aumentar os riscos para doenças orgânicas ao longo dos anos. A visita periódica ao pediatra é um dos mecanismos de prevenção ao estresse tóxico, pois é ele quem dará as orientações adequadas para o desenvolvimento normal das crianças e atuará na detecção precoce e tratamento adequado da doença. Para entender o quadro, os pediatras Dra. Luciana Nabuth e Dr. Frederico Cintra concederam entrevista sobre o tema ao Manual da Mamãe. Confira: