Como nascem antes do previsto, prematuros são bebês mais frágeis e que precisam de alguns cuidados especiais. “Prematuros são todos os bebês que nascem antes de 37 semanas. Porém, os que nascem com menos de 34 semanas ou abaixo de 1,5 kg estão mais sujeitos a complicações, pois são muito frágeis, estão com o cérebro e outros órgãos em desenvolvimento”, explica a neurologista infantil Dra. Silvana K. Frizzo. O cérebro nessa fase da vida é extremamente sensível. “As complicações mais comuns do ponto de vista neurológico são: hemorragia peri e intraventricular, leucomalácia periventricular, meningites e crises convulsivas. Os riscos dependem da idade gestacional, ou seja, com quantas semanas aconteceu o parto”, acrescenta.
Prematuros limítrofes
Nascem entre a 35ª e a 36ª semana, com peso entre 2,2 kg e 2,8 kg. Apresentam maior risco de infecções e de desenvolver dificuldades para mamar, controlar a temperatura corporal, podem ficar amarelinhos (icterícia neonatal) e, menos frequentemente, têm dificuldades para respirar.
Prematuros moderados
É quando o parto ocorre entre a 31ª e 34ª semana de gestação e com peso entre 1,6 kg e 2,3 kg. Nestes bebês, o que mais preocupa são as infecções e a insuficiência respiratória, com necessidade da ajuda de aparelhos para respirar. Eles também podem apresentar algumas das complicações dos prematuros extremos.
Prematuros extremos
São aqueles com idade gestacional menor ou igual a 30 semanas e peso menor que 1,5 kg. Devido à imaturidade, os cuidados precisam ser redobrados.
De acordo com a Dra. Silvana, os pais devem estar cientes de que quando o bebê passa por complicações clínicas graves, como parada cardíaca, infecções graves, meningite e dificuldades na manutenção do oxigênio no sangue; o órgão mais sensível do corpo, que é o cérebro, pode ser comprometido.
Os neonatologistas estão sempre atentos aos fatores de risco para lesões no sistema nervoso central e, por isso, entra na rotina da maioria das UTIs neonatais a realização de ultrassom craniano, coleta de líquor nas infecções, eletroencefalograma nas crises convulsivas e avaliação do neurologista infantil durante a estadia na UTI. “Existe uma graduação para cada uma das complicações e o fato de o bebê apresentá-las não significa que desenvolverá sequelas neurológicas. Mas, como todo bebê de risco, precisará de acompanhamento com neurologista infantil”, finaliza.