A infância é a fase mais importante da vida quando o assunto é desenvolvimento. Nela, os bebês desenvolvem a personalidade, as mudanças físicas são acentuadas e o organismo começa a desenvolver os anticorpos que serão responsáveis pela defesa do indivíduo por muitos anos. É por isso que os calendários de vacinação contam com diversas vacinas que devem ser aplicadas nessa fase. A seguir, você confere informações sobre a vacinação infantil com a médica pediatra Lilian Zaboto.
O que são vacinas?
Vacinas são substâncias produzidas a partir de partes inativas de vírus ou bactérias que causam as infecções das quais queremos proteção. Estas substâncias podem ser administradas por via oral ou injeções que protegem bebês e crianças de infecções que podem prejudicar seu crescimento ou deixar sequelas para toda a vida.
Quais doenças podem ser evitadas com vacinação?As crianças são alvo de várias infecções. Algumas são leves e inevitáveis, como os resfriados e diarreias. Outras têm complicações sérias, como é o caso da difteria, coqueluche, tétano, poliomielite, sarampo, caxumba e rubéola. Mas elas podem ser evitadas com a vacinação.
Quais vacinas meu filho deve tomar?O calendário vacinal da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunologia) divide a vacinação nas seguintes faixas etárias: Prematuros, Crianças - 0 a 10 anos, Adolescentes - 11 a 19 anos, Mulheres – 20 a 59 anos, Homens – 20 a 59 anos e Idosos – mais de 60 anos. Para conferir o calendário de vacinação, acesse: www.sbim.org.br/vacinacao.
Quais os principais tipos de vacina disponíveis no mercado?Hoje, contamos com diversas vacinas que imunizam contra várias doenças, como: Meningite (C, B ou ACWY); BCG; Cólera; Difteria, Coqueluche e Tétano; Febre Amarela; Febre Tifóide; Gripe; Haemophilus Influenza tipo B (Hib); Hepatite A; Hepatite B; HPV - Papilomavírus humano; Conjugada Hexavalente; Pneumococica; Conjugada Pentavalente; Rotavírus; Sabin (Poliomielite Oral); SALK (Poliomielite Inativada- IPV); Tétano; Tríplice Viral (Sarampo + Caxumba + Rubéo- la); Catapora; Hérpes Zoster; entre outras.
A vacina pode fazer mal?Como qualquer medicação, as vacinas apresentam seus riscos, ainda que muito pequenos. Algumas podem desencadear reações leves como inflamação e dor local, febre e mal estar. Raramente, desencadeiam reações sérias. Vacinas como gripe, varicela, sarampo, caxumba e febre amarela contêm quantidades mínimas de proteína do ovo e podem desencadear reações adversas a pacientes com alergia a esse componente. Os benefícios da vacinação são incalculáveis para a saúde da criança. Portanto, consulte sempre o pediatra e fique atento para garantir que seu filho seja imunizado das doenças que as vacinas podem evitar. Os riscos da vacina são muito menores do que aqueles que a criança corre se não for vacinada e adoecer.
Qual a diferença entre as vacinas oferecidas em clínicas particulares e as oferecidas em postos de saúde?As vacinas oferecidas em clínicas particulares, em geral, são mais modernas. Versões importadas e atuais podem garantir mais segurança e menor chance de efeitos colaterais, além de oferecerem as vacinas conjugadas, nas quais o número de picadas é menor. As vacinas dos postos de saúde também são eficientes.
Devo me preocupar com a vacinação durante o verão?Sim. Vale conferir se a carteira de vacinação está em dia. Doenças como coqueluche, febre amarela, sarampo e hepatite A são comuns nesta época do ano e a vacina é a melhor maneira de evitar que elas atrapalhem o descanso. Caso você vá viajar, algumas regiões exigem vacinas específicas. Você pode saber mais pelo serviço para viajantes, no site da Anvisa (www.anvisa.gov.br/viajante).
Devo dar ao meu filho todas as novas vacinas que surgem?Sim. As vacinas reduzem o risco de doenças e, com isso, permitem o desenvolvimento pleno das crianças. A maioria das vacinas oferece mais de 80% de proteção, o que justifica a vacinação e a responsabilidade de ajudar o bebê a se defender de doenças que podem até ser fatais, principalmente no primeiro ano de vida. Este ano, o Calendário Básico de Saúde acrescentou as vacinas contra HPV para meninas. Há vacinas que não estão disponíveis na rede pú- blica de saúde, como a vacina Antipneumocóccica 13 valente, Antimeningocóccicas ACWY e B, Conjugada Hexavalente, Rotavírus pentavalente, HPV para meninos e gripe para algumas idades. Os pais devem pedir orientação ao pediatra sobre as indicações das vacinas. Por causa de problemas de saúde, algumas crianças correm mais riscos se contraírem essas doenças. Ainda no primeiro semestre de 2016, teremos o lançamento da Vacina contra a Dengue.
Qual a importância da vacina contra a meningite B?Por ser um subtipo novo e que se espalhou rápido, a vacina contra meningite B, lançada em 2015, deve ser aplicada assim que possível para evitar o contágio e ainda prevenir o surto da doença, que pode levar à morte. A partir de dois meses de idade já é possível realizar a aplicação, que exige reforço após dois meses.