Como fazer meu filho comer bem?
Que mãe não é preocupada com a alimentação do filho? Negociações, brincadeiras ou “chantagens” quase sempre fazem parte da hora de a criança comer. Se ela rejeita frutas, verduras e legumes, isso pode ser um reflexo dos hábitos dos pais. “O comportamento alimentar da criança de um a seis anos é determinado em primeira instância pela família”, alerta a nutricionista Dra. Loiane Gomes. A principal dificuldade, segundo ela, é fazer com que a criança aceite uma alimentação variada, aumentando suas preferências, uma vez que muitas crianças têm medo de experimentar novos alimentos e sabores. Se você se identificou com os fatores acima, preste atenção nas dicas da Dra. Loiane:

 

Como os pais podem contribuir para a alimentação do filho?

As estratégias que os pais utilizam na hora da refeição, para ensinar as crianças sobre o que e o quanto comer, desempenham papel preponderante no desenvolvimento do comportamento alimentar infantil. Então, o primeiro passo é levar a sério a necessidade de um estilo de vida mais saudável e ativo, a fim de evitar problemas de saúde. Isso exige que você eduque seus filhos e adote práticas mais saudáveis para a família toda. Isto é, seja um bom exemplo! Até que você tenha tornado a alimentação saudável parte da sua própria conduta, sua credibilidade estará abalada quando tentar fazer com que seus filhos mudem os próprios hábitos. Crie um exemplo de alimentação ao comer os mesmos alimentos que você gostaria que seus filhos ingerissem. Coma de forma moderada e escolha alimentos com baixos teores de gordura e sal e altas quantidades de fibras. Lembre-se: seus filhos estão constantemente observando e adotando seus exemplos de comportamento e farão o mesmo ao presenciar seus hábitos alimentares.

 

Como introduzir novos alimentos mais saudáveis?

São nos primeiros anos de vida que a criança começa a aprender sobre o que comer, quando comer, por que certas substâncias são comestíveis e outras não. Você terá mais sucesso se introduzir os novos alimentos em dias em que seus filhos estiverem com mais fome. Não os ataques com comidas de sabor forte ou pratos mistos. Prepare coisas simples e apresente um alimento de cada vez. Explique às crianças que não há problema em não gostar de algo, mas é importante experimentar antes de tomar uma decisão. Não desanime nem mostre sinais de reprovação quando eles recusarem uma segunda garfada. Tente novamente em outro dia. Geralmente, o aumento da aceitação ocorre somente após 12 a 15 apresentações do mesmo alimento.

 

Forçar os filhos a comerem quando não têm fome pode criar problemas futuros?

Sim. Pode levar, inclusive, a distúrbios alimentares. Não os force a comer mais do que uma garfada de alimentos que eles não querem experimentar. Em vez disso, torne os alimentos mais atraentes e gostosos.

 

Como estimular as crianças a comerem frutas, verduras e legumes?

Tente esconder os legumes e verduras nas sopas, no arroz, no feijão, nos pratos favoritos da família, na lasanha, no macarrão... Use a criatividade! Brincar com as cores também é uma ótima maneira de estimular crianças pequenas a comer legumes e verduras. A brincadeira é simples: veja quem consegue comer mais das diferentes cores disponíveis na mesa. A relação com a comida quando equilibrada e satisfatória evita a obesidade infantil, além de prevenir futuros transtornos alimentares. O grande objetivo é que a criança vá formando a sua personalidade e que vá divulgando os seus gostos aos que a rodeiam e, para isso, a experimentação é fundamental.

 

Dicas:

• Crie uma relação de proximidade com frutas, legumes e verduras. Leve a criança para fazer compras com você, chame-a para ajudar a preparar a salada, cultive uma pequena horta em casa e convide-a para ajudá-la no plantio e cuidado;

• Insista na presença de fruta, salada e hortaliças. O que é visto é lembrado, e faz o hábito;

• Restrinja o consumo de salgadinhos, bolachas recheadas, refrigerantes, salgados fritos e de forno e fast-food (negocie aos finais de semana);

• Não use sobremesa como recompensa ou castigo. Isso só faz reforçar a importância dos doces e guloseimas na alimentação;

• Evite servir as refeições na presença de sucos, refrigerantes e água. Esses líquidos podem interferir no apetite e distendem o estômago;

• Não insista para a criança “raspar” o prato. Ela normalmente come para satisfazer sua fome e para quando tem de parar. Insistir para comer tudo pode levar ao hábito da gula.