A especialista destaca que 90% dos casos não têm origem emocional e que as causas estão fortemente relacionadas à influência genética, especialmente se o pai e/ou a mãe foram enuréticos. “Algumas vezes, a produção do hormônio antidiurético (vasopressina) está diminuída durante a noite e a produção de urina é muito grande neste período. Uma imaturidade do sistema nervoso, por outro lado, impede que o cérebro receba a mensagem da bexiga avisando que está cheia. Desta forma, a criança não acorda e molha a cama”, esclarece o processo a Dra. Mariana.
Quanto ao tratamento, algumas medidas simples fazem toda a diferença, como reduzir a ingestão de líquidos à noite e esvaziar a bexiga antes de dormir. Por outro lado, acordar durante a madrugada e levar a criança ao banheiro não traz nenhum benefício e interfere na qualidade do sono dos pequenos e dos pais.
Em relação às opções terapêuticas, existem várias e a Dra. Mariana ressalta que cada caso deve ser tratado individualmente. Uma opção é o uso de comprimidos de vasopressina sintética que reduz a produção de urina durante a noite. Outra é o condicionamento, com uso de alarme sonoro. Ele é preso na cueca/calcinha e toca quando entra em contato com a urina. O objetivo é condicionar o despertar no momento de bexiga cheia. “E, claro, punições ou constrangimentos são proibidos! Lembre-se: não é de propósito!”
Recomendações
1) Insista para que fazer xixi seja o último compromisso da criança antes de ir para cama e o primeiro ao levantar-se;
2) Faça com seu filho um calendário contando as noites secas e molhadas;
3) Conte para ele que esta enurese é frequente e que vários colegas tem o mesmo problema;
4) A presença de outros sintomas, como molhar a roupa durante o dia, urgência para urinar ou infecções urinárias, sugere outros tipos de disfunções miccionais, com tratamentos diferentes.