Algumas mamães acreditam que somente após o nascimento dos dentinhos é preciso levar o bebê ao dentista. Mas não é bem assim. A odontopediatra Dra. Flávia Rodrigues afirma que a primeira consulta do bebê deve ser logo após seu nascimento, para que o odontopediatra avalie possíveis alterações na cavidade bucal, como a língua presa, dentes natais ou neonatais ou qualquer outro tipo de alteração que possa vir a dificultar a amamentação ou comprometer a qualidade de vida do bebê. “Além disso, nessa primeira consulta, a mãe irá receber orientações a respeito dos cuidados com a saúde bucal do bebê e as alterações que irão ocorrer até o nascimento dos primeiros dentinhos”, ressalta.
De acordo com a Dra. Flávia, para que seja feito um acompanhamento adequado, o ideal é que as consultas sejam feitas de três em três meses. À medida que a criança vai criando maturidade e os pais se tornando mais seguros no cuidado com a saúde bucal, esse intervalo vai sendo alterado. A Dra. Flávia ainda informa que os problemas bucais mais comuns na infância são as lesões de cárie dentária, doença periodontal e má-oclusão. “As duas primeiras estão diretamente relacionadas à presença de placa, hábitos alimentares e aos cuidados com a higiene bucal. Já a má-oclusão acontece por uma série de fatores, dentre eles a genética e hábitos bucais deletérios, muito comuns na infância, como a chupeta, sucção do dedo, dentre outros”, explica.
Ao suspeitar de uma má-oclusão, o ortodontista deve ser consultado. A ortodontista Dra. Lara Zago informa que o ideal é que toda criança faça uma consulta com o ortodontista aos 6 anos de idade, para uma avaliação do crescimento dos ossos da face e hábitos bucais. “Quando intervimos precocemente na infância, diminuimos o tempo de tratamento, podendo eliminar a necessidade do uso de aparelho ortodôntico futuro e até possíveis cirurgias ósseas. Isso porque os tratamentos preventivos têm respostas rápidas, devido à plasticidade dos tecidos moles e duros. E ainda lançamos mão de dispositivos ortopédicos, que regularizam e redirecionam o crescimento das bases ósseas, corrigindo as assimetrias e desproporções faciais logo na infância”, esclarece a Dra. Lara.
Com um acompanhamento da odontopediatria e ortodontia é possível estabelecer um diagnóstico e verificar a reversão espontânea ou a necessidade de intervenção na criança. Segundo a Dra. Lara, a indicação dos diversos tipos de tratamento disponíveis é feita após o diagnóstico e planejamento de cada caso. Ela traz um recadinho importante para as mamães: “A prevenção, mudanças de hábitos e o tratamento, quando indicados, são investimentos que resultam em equilíbrio facial e um belo sorriso do seu filho.”