A hora certa do bebê fazer cada coisa
Meu filho já pronuncia algumas palavrinhas. E o seu?” É muito comum ocorrerem comparações entre o desenvolvimento de um bebê e outro. Os pais ficam ansiosos quando se trata do progresso do filho. Para aqueles que têm dúvidas, a pediatra Dra. Silvia Galfi explica que existe um parâmetro para saber se a criança está em desenvolvimento normal, de acordo com a sua faixa etária. “Dentro desses parâmetros temos que considerar diferenças entre meninos e meninas em alguns aspectos, além da importância dos pais no desenvolvimento tanto psicomotricial quanto emocional”, informa. Vale lembrar aos pais que cada criança tem seu próprio ritmo. Além disso, os pais são fundamentais para estimular os pequenos com conversas e brincadeiras. Confira com a pediatra a idade certa para seu filho fazer cada coisa até os dois anos:

 

Segurar objetos: com 5 e 6 meses o bebê já consegue segurar objetos e agarra tudo que está ao seu alcance. Consegue, inclusive, pegar um objeto e trocar de mão. Nesta fase o bebê coloca tudo na boca. Essa é sua maneira de experimentar as coisas.  Ele chupa os brinquedos, coloca o pé na boca, lambe objetos que estão à sua volta, pega o dedo da mãe e tenta morder. Quer pegar, alcançar, amassar, apertar. É o período que o bebê descobre muito com as mãos.

Sentar: aos 7 meses, o bebê começa a sentar. Nessa fase, sua coluna já está mais firme e já consegue ficar sentado sozinho, às vezes inclinado para frente e com as mãos apoiadas no chão para não desequilibrar. Com o tempo, ele vai ganhando confiança e passa a ficar sentado com a coluna bem retinha, sem nenhum tipo de apoio.

Engatinhar: geralmente, é com 8 meses que a criança entra na fase do engatinhar, o que significa um grande progresso em suas funções motoras, coordenação, equilíbrio e desenvolvimento mental. A criança desenvolve a habilidade de engatinhar e logo dispara pela casa como um foguete em todas as direções, inclusive de ré. Consegue até mesmo engatinhar com uma das mãos, levando um brinquedo ou objeto na outra. Quando a criança engatinha, ela ganha independência para se locomover sozinha. E, com isso, demonstra sua vontade, sua inteligência, sua personalidade.

Andar: a partir dos 10 meses a criança começa a dar seus primeiros passinhos. Aos 11 meses, a criança passa a maior parte do tempo em pé. Ela está ansiosa para andar e quer levantar quando está no cadeirão, na banheira ou mesmo no meio do quarto. Ao completar um aninho, está pronta para aprender a andar, explorar, conhecer, experimentar tudo o que está à sua volta: pessoas, objetos, lugares. Aprender a coordenar a musculatura do corpo para andar é sua principal tarefa. Quer andar o dia inteiro e nunca cansa. No início, anda com os braços para cima, buscando equilíbrio e, com o tempo, vai baixando.

Dançar (movimentos rítmicos): desde os primeiros meses de vida, o bebê começa a desenvolver um senso rítmico. Depois que começa a andar, por volta de um ano de idade, seu balanço se torna seguro e mais parecido com a dança propriamente dita.

Falar: o bebê de 9 meses já articula as primeiras palavras de duas sílabas, como mamã, papá, au au e reage corretamente às palavras familiares, como: me dá, pega, vem, não pode. Aos 11 meses consegue falar cerca de cinco palavras. Sua pronuncia ainda é bastante enrolada e muitas vezes só a mamãe sabe decifrar. Com 1 ano completo a criança fala em média 6 palavras e consegue imitar alguns sons que os pais ensinam. Com o tempo, aprende a apontar as partes do corpo, quando os pais falam o nome, e identificam objetos em livros infantis. Com um ano e meio emitem apenas umas 10 palavras, mas conseguem compreender mais do dobro disso. Com dois aninhos a criança já tem capacidade de compreender cerca de 200 palavras e fala umas 50. Inventa palavras para denominar coisas e objetos que tem contato diário. Constrói frases com duas ou três palavras, inclusive frases negativas e interrogativas, e ainda usa verbos e pronomes.

Empilhar cubos (brincar): com 11 meses, o bebê já pega o brinquedo e já sabe como usá-lo: empurra o carrinho para frente e para trás, gira a direção, empilha os cubos. Com um aninho ele consegue puxar um carrinho pela corda, fazer uma torre com 3 ou 4 cubos, rabiscar uma folha de papel. E com cerca de 1 ano e meio, a criança já tem habilidade para empilhar e encaixar brinquedos -- e deve ser estimulada, pois esse treino vai ajudar em movimentos futuros, como segurar corretamente um lápis. Nesta época, o bebê também consegue enfiar os dedos na lata de tinta. Mas levá-los ao papel, e não à boca, exige uma coordenação motora que só virá depois dos 2 anos.

Comer sozinho: assim que a criança começa a segurar objetos com as mãos, ela pode ser incentivada a comer sozinha alguns alimentos macios, como pedacinho de banana, por exemplo. Isso acontece a partir de 6 ou 7 meses. Apesar da bagunça que esse momento gera, os pais devem incentivar, pois comer sozinho cria sentimentos de autonomia e confiança no bebê, além de estimular o desenvolvimento motor, especialmente a coordenação motora fina. No início, a criança vai querer comer com as mãos e com tempo vai aprender a segurar melhor os alimentos. A partir dos dois anos a coordenação melhora e usar o garfo ou colher fica mais fácil.