Os exames que a grávida precisa fazer trimestre a trimestre
O teste para a gravidez deu positivo. Parabéns! Muitas serão as orientações sobre o seu pré-natal, entre elas a realização de diversos exames. Os diretores médicos do Laboratório Clementino Fraga, Dr. Luís Gonzaga Moura Xavier e Dra. Daniela Amaral Tomé, prepararam um Guia de Exames de acordo com cada trimestre da gestação. Confira:

   NO PRIMEIRO TRIMESTRE

Hemograma completo: verifica sinais indiretos de infecção, de anemia ou alterações nas plaquetas, importantes na coagulação.

Glicemia de jejum: usado para o diagnóstico do diabetes gestacional.

Urina tipo 1 e Urocultura: pesquisa-se infecção nas vias urinárias mesmo sem sintomas aparentes. Quando não tratada, pode levar ao trabalho de parto prematuro. Este exame deve ser feito pelo menos uma vez por trimestre.

Sorologias para a pesquisa de agentes infecciosos: visa identificar o contato da gestante com micro-organismos causadores de doenças, que podem interferir no desenvolvimento saudável da gestação:

  • Sífilis, se não for tratada, pode passar para o bebê, podendo causar complicações, malformações e até a perda da gravidez.
  • HIV, quando conduzida adequadamente na gestação e parto, reduz-se muito as chances de transmissão para o feto.
  • Hepatite B e C: no caso da B se a pesquisa na mãe for positiva, pode-se medicar o recém-nascido, reduzindo o risco de contaminação e as consequentes complicações como o risco de desenvolver cirrose hepática e câncer.
  • Toxoplasmose, (toxoplasma gondii), pode passar pela placenta e gerar consequências para o feto. Para minimizar os efeitos da infecção, medica-se a gestante. No caso de o exame ser negativo, aconselha-se a repetição a cada três meses, além dos cuidados de dieta e higiene, já que a contaminação pode acontecer por via oral.
  • Rubéola: pode causar malformações cardíacas, oculares e cerebrais no feto, assim como pode provocar o abortamento e parto prematuro.
  • Citomegalovírus: se o vírus passar para o feto, pode ocasionar baixo peso, microcefalia, icterícia, além de ser a principal causa de surdez congênita.

Tipagem sanguínea: demonstra o grupo sanguíneo e o fator Rh da gestante. Se constatado o fator Rh negativo nela e o Rh positivo no pai, ela precisa ser medicada com a imunoglobulina na 28ª semana, bem como nas primeiras 72 horas após o parto, caso o bebê seja Rh positivo. Assim, previne-se a produção de anticorpos contra as hemácias, protegendo a gravidez atual e as futuras.  Atualmente, é possível determinar o fator Rh do feto a partir da 8ª semana de gestação pelo sangue materno.  Esta genotipagem RHD fetal irá determinar o uso ou não da imunoglobulina no início do terceiro trimestre ou em caso de sangramento antes desse período.

Citologia oncótica (Papanicolau): faz o rastreamento do câncer de colo uterino, além de identificar infecções vaginais que podem comprometer o bom desenvolvimento da gravidez.

Ultrassonografia endovaginal ou transvaginal: quando realizada no início da gravidez confirma a quantidade de embriões, o tempo de gravidez, como também a frequência cardíaca do feto.

Ultrassonografia Morfológica do Primeiro Trimestre: avalia a anatomia do bebê, além de realizar algumas medidas importantes, como a da translucência nucal e osso nasal. O objetivo é o diagnóstico de malformações, assim como avaliar o risco de o bebê ter doenças genéticas, em especial a Síndrome de Down. A combinação de testes sanguíneos bioquímicos (PAPP-A e free-beta hCG) aos exames ultrassonográficos permite uma sensibilidade de até 97% para o diagnóstico da Síndrome de Down, quando realizados entre a 11ª e a 13a semanas de gestação.

NO SEGUNDO TRIMESTRE

Ultrassonografia Morfológica do Segundo Trimestre: avalia a anatomia fetal, placenta e a quantidade de líquido amniótico. A avaliação do colo uterino pela via vaginal é de suma importância na prevenção do parto prematuro.

Ultrassonografia Doppler (dopplervelocimetria): avalia a velocidade do fluxo sanguíneo materna-placentário-fetal. A realização deste exame é de suma importância para o rastreamento da insuficiência placentária, responsável por complicações como pré-eclâmpsia, restrição ao crescimento intrauterino e na identificação do feto com maior risco de resultado perinatal adverso.

NO TERCEIRO TRIMESTRE

No começo do terceiro trimestre repete-se o hemograma e as sorologias realizadas no início da gestação.

Teste de sobrecarga com glicose: usado no rastreamento do diabetes gestacional, mais comum de aparecer após as 28 semanas de gestação.

Pesquisa da bactéria estreptococo B na cultura da secreção vaginal: realizada ao redor da 35a semana, visa detectar a presença dessa bactéria na vagina e no ânus. Se confirmada, está indicado o uso de antibióticos na hora do parto para proteger o bebê de uma possível infecção neonatal.

Cardiotocografia: para avaliar o bem-estar do bebê quanto à oxigenação. São registrados os batimentos cardíacos, a movimentação e a contração uterina.

Ultrassonografia obstétrica: verifica a quantidade de líquido amniótico, o crescimento e o peso do feto; e a placenta.

Ultrassonografia Doppler (dopplervelocimetria) colorida: avalia a velocidade do fluxo sanguíneo materna-placentário-fetal.