O que é a depressão pós-parto?
Para muitas mulheres a gravidez é motivo de alegria e a chegada do bebê é algo muito mágico. É a realização de um sonho: ser mãe. Mas por que algumas mães ficam tristes, irritadas e desanimadas no pós-parto? Até que ponto isso é somente uma tristeza ou é uma depressão pós-parto? Na volta para casa após darem a luz, muitas mães vão ficando tristes, irritadas e desanimadas com pequenos acontecimentos. Às vezes recusa receber visitas. Podem acontecer discussões com o marido que, diante de tantas mudanças na rotina, não consegue entender porque a esposa está assim.

Segundo a psicóloga Dra. Cristina Mara Pereira Antunes, se esse sentimento for passageiro, em torno de duas ou três semanas após o parto, pode-se considerar que esta mãe está com uma tristeza mais acentuada, devido, principalmente, à redução brusca de hormônios que ocorre depois do parto e não apresenta depressão pós-parto. “Os sintomas associados ao humor e às emoções são multideterminados. Não podemos dizer que os níveis dos hormônios são os únicos responsáveis pela variação do humor da mãe no pós-parto. Isso pode justificar a tristeza que algumas mães possuem nesse período, chamada de tristeza puerperal”, orienta a profissional.

A depressão pós-parto, por sua vez, explica a Dra. Cristina, é uma tristeza enorme acompanhada de muita irritabilidade, falta de animo para as atividades mais básicas do dia a dia e dura muito mais que duas ou três semanas pós-parto. “Há uma falta de interesse em tudo o que a cerca. A mãe cuida menos do bebê, amamenta-o menos e não o estimula emocionalmente, como pegar no colo, acarinhar, beijar e brincar com ele. Além disso, a mãe pode apresentar sonolência excessiva, falta ou aumento de apetite, desinteresse pelo marido e pelo retorno ao trabalho, no caso de licença-maternidade. É uma tristeza relacionada com outros contextos da vida. A mãe com depressão pós-parto pode ter tido depressão antes da gravidez ou mesmo durante a gravidez”, analisa.

Devido à mudança de rotina após a chegada do bebê numa família, a depressão pós-parto pode passar despercebida. Cabe ao marido, aos parentes e amigos que frequentam a casa ficarem atentos às mudanças no comportamento da mãe. “A falta de sono provoca mudanças no comportamento por algum tempo, mas a depressão pós-parto persiste por um tempo maior interferindo no dia a dia da mulher”, alerta. Uma vez identificada, a depressão pós-parto precisa ser tratada com medicamentos prescritos por um psiquiatra e com psicoterapia com um psicólogo qualificado.