Durante a gestação, o organismo da mulher passa por diversas alterações fisiológicas, afinal, existe em seu ventre um embrião que cresce e se desenvolve a cada semana, até tornar-se um recém-nascido com cerca de 3 quilos. “Por tudo isso, neste período, é imprescindível que todos os nutrientes básicos, essenciais para a completa nutrição materna e o correto crescimento e desenvolvimento do feto, sejam mantidos”, orienta a nutricionista Dra. Roberta Becco.
Ela explica que devido à ação de hormônios, variações do volume plasmático e alterações nos padrões de excreção urinária e na função renal, os níveis de nutrientes nos tecidos e líquidos ficam alterados. “A correta nutrição materna antes, durante e logo após a gestação é de fundamental importância, tanto para o desenvolvimento do feto como para a saúde do recém-nascido. Além disso, uma alimentação adequada ajuda no processo de amamentação.”
A cada trimestre, a gestante necessita de nutrientes específicos para o desenvolvimento do feto. Esses nutrientes participam da prevenção de doenças, evitam malformações e favorecem o aumento do nível cognitivo do bebê, afinal o seu desenvolvimento irá começar a partir do hábito alimentar da mãe.
Nutrientes essenciais
Por exemplo, durante a gravidez, cerca de 925 gramas de proteínas são armazenados. Para uma gestante normal, recomenda-se a ingestão diária de 60 gramas de proteínas. O consumo deve ocorrer, principalmente, no segundo e terceiro trimestres, período em que os seios e órgãos internos da mulher estão crescendo para acomodar as necessidades do bebê. Carnes, aves, ovos, peixes, leite, queijo, iogurte e frutos do mar estão entre as principais fontes de proteína.
Além disso, três grupos vitamínicos são muito importantes: vitaminas A, C e D. Presente em alimentos como queijo, leite, gema de ovo e fígado, a vitamina A ajuda na reprodução normal e no crescimento e desenvolvimento adequado do feto. A vitamina C, encontrada nas frutas cítricas e nos vegetais folhosos, quando consumidos crus, auxilia grávidas com maior risco de anemia, causada pela deficiência de ferro.
A Dra. Roberta Becco afirma que a vitamina D, porém, pode ser considerada a de maior importância na gestação. Ela previne doenças como autismo, esclerose múltipla, participa da fixação do cálcio, ajuda no combate ao risco neonatal de raquitismo e à diminuição da reserva de osso mineral na infância, além de estar intimamente relacionada à imunidade. Essa vitamina pode ser encontrada na gema de ovo, fígado, leite, manteiga, margarina, vegetais verde-escuros e amarelos. “Nutrir bem uma gestante é alimentar o desenvolvimento de um ser saudável.”