Como a fisioterapia contribui para o bem-estar da gestante?

Com papel fundamental no processo de adaptação à gravidez, a fisioterapia nesse período previne disfunções, ameniza dores e promove saúde e bem-estar às futuras mamães. É comum durante a gestação surgirem dores nas pernas e nas costas, inchaços, falta de ar, incontinência urinária, entre outros desconfortos que podem ser amenizados com os exercícios adequados, conforme explica a fisioterapeuta especialista em uroginecologia, Dra. Cláudia Judachesci Ribas.

Isso ocorre porque a fisioterapia em obstetrícia favorece a biomecânica da região sacro-ilíaca, equilibra a musculatura pélvica, facilita uma boa relação entre vértebras da coluna lombar, pelve e a região sacral, e trabalha o tônus muscular da pelve para uma boa sustentação durante toda a gravidez. Tudo isso ainda resulta em preparação da musculatura para o parto normal. “A fisioterapia na gestação colocará o corpo em uma consciência muscular, em estado de equilíbrio com condições de desenvolver uma estrutura pélvica presente no esquema corporal”, explica.

Para a programação e orientação de atividades ou exercícios pélvicos direcionados a todo paciente, é necessária uma boa avaliação, realizada com um protocolo específico ao trabalho de Reeducação Perineal. Em relação à futura mamãe, este trabalho é redobrado com todos os cuidados possíveis e com a liberação de seu médico que indicará o tratamento e permitirá a sua realização. “Dessa forma, serão feitos testes musculares computadorizados para direcionar o tratamento com protocolo específico e exercícios personalizados.”

Para evitar complicações, as gestantes precisam tomar cuidados especiais. “Nosso papel vai além do trabalho pélvico, ocorre por meio de uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar, que tem como dever orientar e encaminhar, quando necessário, a profissionais especializados para que expliquem sobre o controle de peso e a importância da atividade para este período, deem esclarecimentos sobre a relação entre a gestação e a postura, e sobre a respiração”, afirma.

O tratamento fisioterapêutico pode e deve continuar no pós-parto, assegura a Dra. Cláudia. Segundo ela, isso ajuda a restabelecer o controle, a sensibilidade e o tônus musculares para que, assim, a mamãe retorne às suas atividades diárias o mais rápido possível.

Sexualidade

Alterações na musculatura perineal também podem afetar a vida sexual durante e após a gestação. Assim, o protocolo de atendimento fisioterapêutico específico de fortalecimento muscular e preparo desta musculatura para seu controle melhora a força e o tônus musculares, despertando nesta musculatura maior sensibilidade e conexão com o assoalho pélvico, melhorando o desempenho sexual não apenas para a mulher, mas para o casal.