Alerta: 9 doenças infecciosas perigosas para a gestação
“Dra. estou com febre e agora? O que pode ser?” Não importa se os sintomas são brandos, eles podem indicar a presença de uma infecção por fungos, bactérias, vírus ou protozoários, que pode ser prejudicial não só para a mãe, mas também para o bebê. “Todo cuidado é pouco. Durante a gestação, o organismo feminino sofre alterações que facilitam a proliferação dos micro-organismos causadores de doenças que podem atravessar a barreira placentária e afetar o desenvolvimento do bebê”, alerta a ginecologista e obstetra Dra. Roberta Roriz. A especialista listou para o Manual da Mamãe as principais doenças infecciosas que podem ser perigosas para as gestantes. Confira sintomas, prevenção e tratamento:

1. Infecção urinária

Essa é a principal infecção bacteriana que atinge as gestantes. Apesar de não causar alterações fetais, se a infecção não for devidamente curada restringe o crescimento do bebê e leva ao parto prematuro. A Dra. Roberta destaca que em alguns casos a infecção pode passar despercebida. Trata-se da bacteriúria assintomática, que não apresenta sintomas e, justamente por isso, pode evoluir para casos mais graves. Por isso, os exames de urina no pré-natal devem ser repetidos pelo menos duas vezes.

2. Vaginose bacteriana

Trata-se de um distúrbio que afeta a flora vaginal, diminuindo os lactobacilos que protegem a região, elevando a quantidade de bactérias, como a Gardnerella Vaginallis. O resultado é um corrimento de cheiro forte. Essa infecção está associada à ruptura da bolsa e ao trabalho de parto prematuro. O diagnóstico é feito por meio da análise da secreção coletada da vagina. Como não é uma doença sexualmente transmissível não há necessidade de tratar o parceiro.

3. Rubéola

Quando a mulher contrai rubéola na gravidez, o vírus invade a placenta, infecta o bebê e provoca anomalias graves, como surdez e problemas na visão. Nos primeiros três meses, o risco de contaminar o bebê chega a 80%. A contaminação da mamãe se dá por via respiratória por meio de gotículas expelidas pelo ar. “Por isso, é tão importante fazer exames antes mesmo de engravidar para saber se já está imunizada ou deve se vacinar”, orienta a obstetra.

4. Toxoplasmose

Essa doença é causada por um protozoário. Os sintomas podem ser diversos, desde resfriado e vômitos até gânglios pelo corpo. Uma das formas mais comuns de transmissão ocorre por meio das fezes dos gatos, consumo de carne crua ou mal passada, ou de verduras, legumes e frutas mal lavados. O risco de transmissão para o recém-nascido é de 2,5%. Quando a infecção ocorre no primeiro trimestre não é grave. Se ocorrer no segundo trimestre, 25% dos bebês podem manifestar problemas oculares.

5. Citomegalovírus

Esse vírus é da família da “catapora” e do herpes. Pode ser transmitido por transfusão sanguínea, por via respiratória ou da mãe para o bebê. Afeta entre 0,4% a 6,8% dos recém-nascidos no Brasil. O tratamento dessa infecção durante a gestação ainda é muito controverso, não havendo um consenso, e não anula as complicações para o bebê. Como o vírus afeta o cérebro, pode causar no bebê surdez, dificuldades de aprendizado e óbito fetal.

6. Hepatite B

Para prevenir a hepatite B, basta estar em dia com a vacina – são 3 doses que podem ser tomadas durante a gravidez. A transmissão ocorre pelo contato com sangue infectado, por relações sexuais e durante o parto.

7. Candidíase

Coceira na vagina, ardor, corrimento esbranquiçado e dor durante as relações sexuais podem ser sintomas desse fungo. O problema aqui é o desconforto que a mulher sente e sempre se confunde com bolsa rota, uma vez que a vagina permanece úmida durante todo o tempo dessa infecção. O diagnóstico pode ser feito por meio do exame clínico ginecológico ou citológico e está associada à baixa imunidade pela qual toda gestante passa. O tratamento pode ser local e via oral.

8. Sífilis

Essa doença se manifesta por manchas no corpo, lesões, verrugas e úlceras vaginais. Caso o micro-organismo atravesse a placenta nos três primeiros meses de gestação, pode provocar aborto. O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue realizados pelo menos duas vezes durante o pré-natal. A infecção acontece por transfusão sanguínea ou relações sexuais desprotegidas. “O tratamento é feito com uso de antibióticos para a mãe e para o bebê após o nascimento”, explica.

9. Zika

Febre baixa, dores leves nas articulações, coceira e manchas avermelhadas por todo o corpo. Esses são sintomas da Zika, transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. Parece mais inofensiva do que a dengue, já que seus sintomas são mais brandos. No entanto, no caso das gestantes, a doença pode ter efeitos graves sobre o bebê. Esse vírus pode causar microcefalia, uma malformação que está associada a retardo mental em 90% dos casos. Não existe uma vacina capaz de prevenir essa doença. A recomendação, portanto, é evitar ao máximo o contato com o mosquito, com a utilização de roupas claras, que cubram os braços e as pernas, e o uso de repelentes próprios para gestantes nas áreas expostas.