Estimule seu filho
Desde a gestação, os bebês estão aprendendo. Eles sentem os mais diversos estímulos, escutam sons, reconhecem as vozes mais familiares, respondem à luz e ao toque... Imagine como não será quando ele nascer e for crescendo? É possível estimulá-los com música, brincadeiras, conversas, leitura e muito mais. Quando os pais têm essa consciência, estão ajudando, e muito, o desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança, influenciando, inclusive, na formação de sua personalidade e de que caráter terá na vida adulta. As psicólogas Patrícia Serejo, Penélope Ximenes e Luciana Castro, da Clínica Super Infância Psicologia Infantil, detalham o que você pode fazer pelo desenvolvimento do seu bebê:

 

A mamãe já pode começar a estimular o bebê no decorrer da gestação?

Claro que sim! Principalmente porque desta forma a mamãe e o papai vão fortalecendo seu vínculo afetivo com o bebê que está para chegar. O bebê, ainda no útero, escuta sons, reconhece as vozes mais familiares, responde à luz e ao toque. Assim, os pais podem estimulá-lo, principalmente conversando, cantando para ele e tocando a barriga. A música é um ótimo recurso para estimular seu filho que ainda está no útero. Depois de nascido, uma música muito ouvida durante a gestação pode proporcionar ao bebê o conforto do útero, ajudando-o a se acalmar.

 

Qual a importância de a mamãe transmitir segurança para o filho?

Os bebês são como esponjas sentimentais da mãe. No útero, o bebê recebe não só o alimento e o oxigênio pelo cordão umbilical e pela placenta, mas também todas as substâncias produzidas pelo corpo da mãe e suas sensações. Há uma fusão completa, de forma que quando o bebê nasce ele ainda não consegue se diferenciar da mãe e do mundo externo ao útero, ou seja, sente tudo como uma coisa só. O parto representa uma ruptura física, mas a ruptura emocional demora meses para acontecer, dependendo de seu desenvolvimento. Isso quer dizer que, mesmo após nascido, o bebê sente o que sua mãe sente. Se a mamãe se sente insegura, triste, angustiada, incapaz, cansada, etc., o bebê pode ficar mais irritado ou apático. Para ajudar o filho a diferenciar seus sentimentos dos da mamãe, é preciso nomeá-los para o bebê, explicando a causa das emoções. Assim, ele começará a se reconhecer como outro indivíduo, separado de sua mãe.

 

Como brinquedos e brincadeiras podem ajudar no desenvolvimento do bebê?

Depois de investirmos na segurança emocional do bebê e em seu desenvolvimento afetivo, precisamos estimular as brincadeiras, pois é por meio delas que o bebê vai experimentar o mundo, desenvolvendo seus sentidos, seu corpinho e seu cérebro. Para o bebê, tudo pode se tornar um brinquedo, contanto que ele possa explorar - observar, sentir, cheirar, etc. O bebê aprende pela repetição, então vale a pena deixá-lo explorar bastante um mesmo objeto. Não são recomendados brinquedos muito barulhentos, que contêm peças pequenas ou que são feitos com produtos tóxicos. As brincadeiras também podem ser diversas - músicas com gestos próprios, contato físico, brincar de esconder e achar... Tudo é novidade e encantador para o bebê.

 

Como estimular a comunicação?

Os primeiros anos de vida do bebê são marcados pela quantidade maior de neurônios de toda a sua vida, portanto são as criaturinhas humanas mais espertas, ativas e atentas. Elas estão aprendendo a todo o momento. Observam os adultos em tudo. Logo começam a imitar. Assim se dá o desenvolvimento da linguagem. Bem antes de seu aparelho fonador estar pronto para repetir as palavras, o bebê já está treinando a pronúncia dos sons e construindo o seu vocabulário. Então, devemos sempre conversar com ele, mesmo quando ainda não responde. Cantar músicas e contar histórias também são formas de estimular a comunicação.

 

Qual a importância de manter uma rotina com o bebê?

A rotina traz segurança para o bebê, pois ele começa a identificar dicas do ambiente e prever o que vai acontecer em seguida. A mamãe e o papai, que também estão conhecendo o seu filho, vão discriminando melhor os seus sinais. A rotina, entretanto, deve respeitar o ritmo da criança e suas mudanças ao longo de seu desenvolvimento. Não deve  ter horários rígidos, baseados no relógio dos adultos.

 

Dicas da Super Infância

• Nos três primeiros meses o bebê ainda mantém reflexos inatos, começa a sorrir, descobre suas mãos e com elas começa a pegar os móbiles dispostos ao seu alcance.

• Ao virar-se, o bebê tem um novo ângulo de visão do seu ambiente, já é capaz de buscar objetos dispostos atrás e nos seus lados.

• Ao arrastar-se, sente-se motivado para se mexer e pegar objetos distantes.

• Daí em diante, cada conquista motora - sentar-se, engatinhar e andar - significa domínio maior de seu ambiente - os bebês querem pegar tudo, empurrar objetos, escalar móveis, enfim, tudo é desafiador para os pequenos aventureiros. Os pais devem estimulá-los, sempre preservando a segurança do bebê.