Estimule a autoestima do seu filho
A autoestima é um aspecto fundamental para o bem-estar geral da criança. Ela se dá por um processo dinâmico entre a criança com família, escola e outros. Assim, o pequeno vai dando significados sobre si mesmo e isso influenciará seu modo de ser e estar no mundo de maneira mais saudável. Por isso, é muito importante ajudá-lo a desenvolver sua autoestima. A constatação é das psicólogas Dra. Érika Costa e Dra. Ana Paula Winckler. “Quando positiva, a autoestima ajuda a criança a ter confiança em si mesma e experimentar a sensação de que tem valor, de que é capaz de pensar, sentir e resolver os desafios básicos da vida e que perder e ganhar fazem parte do processo de aprendizagem. Enquanto que a criança com baixa autoestima terá dificuldades em identificar suas necessidades, passando a desconfiar das próprias sensações, pensamentos e sentimentos”, avaliam.

Nesse sentido, para desenvolver autoestima positiva, é valioso deixar claro para a criança o quanto é amada e estimada pelo que é e não pelo que se espera dela. Portanto, deve-se estar atento se há sintonia entre a expressão verbal e corporal. As psicólogas citam como exemplo a criança que pergunta à mãe se o desenho está bonito e ela diz sim na fala, porém, a expressão do rosto e o tom de voz demonstram que não.

“A criança percebe exatamente essa incoerência. Com isso ela poderá crescer com visão distorcida de que não é capaz, demonstrando insegurança, dependência emocional, alto nível de cobrança, entre outros. Isso poderá interferir em seu desempenho escolar, habilidades sociais, e em aceitar sua imagem corporal. Esses sintomas podem ser acentuados na adolescência, fase tão conturbada pelas mudanças físicas e psicológicas em busca de uma identidade própria. Crianças com experiências que as levam construir autoestima positiva ao chegar à adolescência têm mais chances de fazer amizades, de lidar com a pressão do vestibular, são mais empenhadas, têm relações amorosas com mais qualidade, enfim, passam por essas mudanças de forma mais segura e com menos danos físicos, morais e emocionais, porque se sentem merecedoras”, ponderam.

Os sintomas são um alerta para dizer que algo precisa ser melhorado, é um pedido de ajuda, portanto, é importante que os cuidadores prestem atenção, observem se a criança está apresentando sinais de autoestima baixa, os quais podem estar mascarados por sintomas físicos ou comportamentais na escola. “Nesse caso, é bom procurar um profissional de psicologia clínica qualificado para ajudar a criança e sua família a encontrar formas mais saudáveis de funcionamento e, assim, reconfigurar a autoestima para uma forma mais positiva”, orientam.

Além disso, procure estimular seu filho a executar tarefas de acordo com sua faixa etária (comer sozinho, vestir sua própria roupa, tomar banho, arrumar os brinquedos). São atribuições simples, mas que vão ajudando a criança a se sentir capaz e com senso de autonomia. “Então, cuidadores, sejam pacientes com suas crianças, pois até que consigam assimilar o aprendizado de determinada regra ou tarefa, inicialmente irão errar e, por isso, precisam do estímulo do adulto para continuar tentando até conseguir. Impor condições para ser aceito só contribui negativamente para o desenvolvimento da criança”, relatam.

Portanto, a mensagem que as psicólogas deixam aos pais e cuidadores é para que se esforcem por não exigir mais do que esse ser humano em formação pode fazer ou mais do que ele tem obrigação de saber. “Encontre formas saudáveis de estimular essas atividades, para que a criança perceba seus progressos, mas saibam que o acolhimento, aceitação e amor dos que estão ao seu redor não estão condicionados ao fato de conseguir realizar bem tal tarefa. É importante também que não façam comparações, pois cada criança tem sua potencialidade e habilidades específicas. É importante deixar emergir o que cada um de tem de melhor”, aconselham.