O tratamento de canal não é apenas coisa de adulto. Em casos específicos, as crianças podem, sim, precisar de um endodontista. E também as gestantes não devem adiar o procedimento, caso seja necessário. Para todas as situações, é importante procurar um profissional especializado para garantir o sucesso do canal e evitar situações extremas de dor e infecção e até a perda do dente. O Manual da Mamãe conversou com a endodontista Dra. Juliana do Nascimento, que esclarece as indicações do tratamento para crianças e grávidas.
Gestantes
É importante esclarecer que o tratamento de canal, quando necessário, não é contraindicado durante a gravidez, porém deve ser feito com autorização do obstetra e com os cuidados necessários, de acordo com cada fase de gestação. “O importante é saber que protelar o tratamento para o pós-parto poderá acarretar graves problemas sistêmicos que devem ser evitados na grávida, desde a dor (liberando adrenalina endógena) até infecções mais severas. O correto diagnóstico e tratamento são imprescindíveis”, orienta a especialista.
Crianças
Há duas situações em que crianças podem precisar de tratamento com um endodontista: em casos de traumas dentários ou cárie extensa, principalmente no primeiro molar. Então, se seu filho sofrer uma queda e quebrar um ou mais dentes ele deve ser acompanhado criteriosamente por um endodontista, com o objetivo de preservar as estruturas dentárias e o suporte remanescente. Em alguns casos, quando ocorre exposição pulpar, a necessidade de um canal é imediata. Outros devem ser acompanhados, pois pode ocorrer necrose depois de algum tempo. “O acompanhamento deve ser periódico, a cada seis meses durante dois anos.Principalmente quando a raiz não está totalmente formada”, explica a Dra. Juliana.
Outra situação, à qual a família deve estar atenta, é a erupção do primeiro molar, aproximadamente aos seis anos. Como ele surge atrás dos dentes de leite, muitos acreditam tratar-se de um dente que ainda vai ser trocado, e não dão muita importância aos cuidados de higiene bucal. Isto pode acarretar cáries extensas e, consequentemente, evolução para o canal.
“O tratamento de canal em dentes permanentes, mesmo em crianças, é sempre realizado pelo endodontista. Portanto, esses pacientes devem ser tratados sem traumas. Dessa forma, é possível um procedimento indolor e efetivo”, tranquiliza a especialista. A Dra. Juliana ainda aconselha que a família deve sempre observar sinais de dor, inchaço, alteração de cor e dificuldade mastigatória da criança. E, diante de dúvidas, recorrer ao especialista, pois protelar o tratamento poder implicar, até mesmo, na perda do dente.