Como ajudar sua filha a lidar com as mudanças da puberdade?

É por volta dos 11 a 13 anos que a menina passa a ter alterações que mudam o seu corpo para sempre. Os hormônios sexuais estão trabalhando a mil, os contornos começam a exibir um corpo de mulher e a primeira menstruação aparece. Junto a isso, há uma série de mudanças nem sempre muito agradáveis, como ganho de peso, acnes e crescimento de pelos.

“Esta fase, por si só, já engloba uma série de alterações físicas e psicológicas difíceis de lidar. Passar por elas neste momento turbulento de pandemia, cujo emocional de todos já está desestabilizado, se torna um desafio ainda maior. Cabe aos pais darem o maior suporte possível, tanto com diálogo como o encaminhamento aos médicos necessários”, afirma Stella Azulay, fundadora da Escola de Pais XD, Educadora Parental pela Positive Discipline Association, especialista em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental pela Faculdade Belas Artes e mentora de pais, educadores, adolescentes e mulheres.

Abaixo, Stella pontua algumas das principais mudanças que ocorrem na puberdade e como você pode ajudar em cada uma delas:

Ganho de peso
Algumas meninas podem passar ilesas por esse problema se tiverem um estirão de crescimento na mesma fase da puberdade ou se não tiverem muita tendência a engordar. Mas, ainda assim, há grandes chances de aumento dos quadris, das pernas, mamas e até da barriga. Meninas que estão acima do peso tendem a ganhar cerca de três vezes mais peso do que as que estão dentro do normal.

“A ditadura da beleza é um fenômeno que penaliza e afeta bruscamente as meninas, que nunca estão satisfeitas com o próprio corpo e vivem em busca de uma pseudo perfeição. Daí a importância de ficar alerta na fase da puberdade, que pode significar um grande sofrimento para sua filha”, diz Stella Azulay.

Para evitar os quilos extras, promova hábitos saudáveis, como manter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente. “Acompanhar sua filha nestas mudanças será um estímulo fundamental. Além disso, consultar um endocrinologista também é importante para garantir que o aumento do peso esteja dentro do esperado para a fase da puberdade”.

Acne
O rosto empipocado por cravos e espinhas está relacionado ao aumento dos hormônios sexuais da fase da puberdade. “Marque uma consulta com o dermatologista. Ele indicará tratamentos e a manutenção de alguns hábitos como lavar o rosto com sabonetes específicos, usar protetor solar e fazer limpeza de pele e hidratação. Em casa, incentive os cuidados diariamente. Assim, sua filha poderá lidar com a acne sem precisar passar vergonha durante a adolescência”, orienta a educadora.

Aumento de pelos no corpo
Essa mudança representa um dos primeiros estágios da puberdade. O aumento de pelo está relacionado ao início do desenvolvimento sexual. Para saber se sua filha pode começar a fazer depilação, consulte um dermatologista que irá analisar a necessidade de acordo com a idade dela. “Pode ser muito cedo, por exemplo, para fazer uma depilação a laser. Métodos mais simples, como lâmina e cera, podem ser boas opções, já que os pelos ainda estão mais escassos”.

Aumento das mamas
As mamas maiores também marcam o início do desenvolvimento sexual com alterações hormonais. “Perceba quando for a hora de comprar o primeiro sutiã. Esse é um dos momentos mais especiais na vida de uma menina, e você não pode ficar de fora! Para o início, o ideal são os modelos com tecidos confortáveis - como algodão - e peças que não apertam muito os seios”, aconselha Stella Azulay.

Alterações de humor
As grandes variações dos hormônios sexuais dessa fase podem deixar as emoções à flor da pele. A famosa Tensão Pré-Menstrual (TPM) é a fase mais marcante, mas é possível amenizar com alguns cuidados. Uma pesquisa do American Journal of Epidemiology, por exemplo, apontou que mulheres com uma dieta rica em ferro têm de 30% a 40% menos risco de sofrer sintomas da TPM em comparação às que consomem pequenas quantidades do mineral.

“De qualquer forma, fique de olho no seu comportamento. Se você notar mudanças muito significativas e sintomas constantes, como irritação, ansiedade, isolamento, melancolia e outros sinais que não são comuns da sua filha, é hora de buscar ajuda especializada, que pode ser um psicólogo ou psiquiatra, dependendo da gravidade do quadro. Como já dito, o cenário da pandemia também contribui para alterações de comportamento, mas não se pode descartar a importância de uma avaliação médica”, reforça Stella Azulay.

 

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