Uma das tarefas mais desafiadoras para os pais é dizer não aos filhos. Muitos evitam ao máximo o confronto, preferem, por exemplo, saírem escondidos de casa para não terem que dizer ao filho que não podem ficar com ele naquele momento e vê-lo chorar. “Dizer Não é função paterna e materna, ato de amor, é virtude que deve ser praticada desde muito cedo, já nos primeiros meses de vida das crianças. A princípio, os pequenos não entendem o significado da palavra ‘não’, mas são perfeitamente capazes de compreenderem gestos e comportamentos da ‘não aprovação’ dos pais diante de suas atitudes inadequadas”, explica a psicóloga Gasparina Louredo de Bessa Braga, Dra. Gabi.
É natural que os pequenos não aceitem o ‘não’ e, diante da inevitável frustração gerada pela proibição, reajam com desobediência, agressividade, choros ou birras. Nessas situações, cabe aos pais buscarem o autocontrole para não se enfurecerem também. “Quando pais ficam com raiva tendem a agir com autoritarismo, fazer ameaças ou usar a força física, o que piora muito a situação e faz com que o ‘não’ seja entendido pela criança como punição. O ideal é dizer ‘não’ naturalmente, explicando de forma rápida, clara e coerente o porquê do não e se manter firme, sem demonstrar sentimentos de dó ou raiva. É conveniente dizer ao filho que entende sua frustação, mas jamais recue para não causar confusão na cabeça da criança”, esclarece.
Segundo a Dra. Gabi, a insistência de algumas crianças em desobedecerem pode estar ligada à falta de credibilidade na firmeza dos pais, pode também ser uma resposta ao autoritarismo dos pais ou ainda uma forma das crianças testarem sua capacidade de manipulação. É essencial que os pais sejam ponderados e coerentes ao dizer ‘não’. Quando se proíbe tudo sem explicações claras, sem firmeza, ou quando a proibição fica relativizada ao estado de humor dos pais, as crianças tendem a ficar confusas, rebeldes ou apáticas e sem opiniões próprias.
Aprenda a impor limites de forma correta
- Administre suas frustrações e dificuldades antes de lidar com a frustração do filho;
- Dialogue, explique claramente os propósitos e proíba, sem medo, com firmeza;
- Adeque a forma de dizer não à idade e à capacidade de compreensão da criança;
- Em situações de birras, pontue firmemente que ela está se comportando mal, afaste-se um pouco e não dê atenção à birra;
- Cuidado: o castigo só é eficiente quando ajuda a criança a compreender as consequências de seu comportamento. Portanto, deve ser contextualizado, aplicado instantaneamente e sem provocar sofrimentos excessivos.