O escândalo que algumas crianças fazem para conseguirem o que querem pode acabar com o dia de qualquer pai e mãe. Perdidos e nervosos com o barulho e a atenção que a criança atrai, os pais não sabem o que fazer. As birras, comuns em crianças de até 3, 4 anos, são as vilãs do universo infantil. Na tentativa de conseguir o que quer, as crianças tentam manipular os pais com gritos, choros e o truque de se jogar no chão. “Apesar dos transtornos, as birras [na maioria dos casos] são expressões saudáveis do desenvolvimento intelectual infantil, mas devem ser administradas com muita cautela e autocontrole”, explica a Psicóloga e Psicopedagoga Gasparina Louredo de Bessa Braga, Dra. Gabi.
Muitos pais têm dificuldades em lidar com esta situação. Confira com a especialista algumas dicas importantes:
• Mantenha a calma. Gritar, perder o controle, fazer ameaças só reforça esse comportamento;
• Dê um pouco de atenção sem delongar nas broncas ou usar de agressividade;
• Desaprove a birra, não a criança;
• Coloque-se ao nível da criança, dê explicações claras e curtas e, em alguns casos, estabeleça contato físico, mudando o foco da atenção, acalmando-a sem ceder ao pedido da birra;
• Seja firme, nunca ceda às birras, mesmo que o filho chore. Isso ensinará a criança a lidar com frustrações;
• Ao final da birra, converse sobre o episódio: o que estava certo ou errado, as consequências de uma futura birra e do bom comportamento;
• Elogie sempre que aparecer o comportamento esperado;
• Estabeleça limites e regras. Isso contribuirá para evitar a teima e deixará a criança mais segura;
• Fique atento às situações que antecedem às birras, muitas delas podem ter como pano de fundo o cansaço, fome, estresse, emocional, etc.
Se mesmo agindo de uma forma firme e coerente, os pais ainda não consigam controlar as birras, é preciso buscar ajuda especializada, evitando, assim, que as birras ganhem mais força e que a criança adquira traumas e/ou distúrbios comportamentais. “O momento de buscar ajuda é justamente quando as birras vão perdurando por muito tempo, tornando-se cada vez mais constantes e de difícil controle”, informa.
A Dra. Gabi ressalta ainda que o acompanhamento psicológico para tratamento adequado da birra avalia, num primeiro momento, as relações familiares, a qualidade dos vínculos, o desenvolvimento emocional da criança e os níveis de ansiedade para, em seguida, intervir com orientações aos pais e dicas de manejo comportamental. “Em certos casos, é importante trabalhar todo o grupo de convivência familiar”, finaliza.