Um ano após o início da pandemia e do distanciamento social, mulheres que têm filhos estão sobrecarregadas, exaustas e frustradas. Ao fechar creches e escolas, a crise sanitária global fez ruir as redes de apoio (solidárias, públicas ou contratadas) que permitiam a essas mulheres ter vida produtiva relativamente independente, ameaçando retroceder conquistas femininas em décadas.
Assim, mulheres foram mais impactadas pela pandemia em sua integridade física, com o aumento da violência doméstica, e saúde mental, além da estabilidade financeira. Elas perderam mais emprego e vêm sendo preteridas nas recontratações, além de não conseguirem participar como antes da produção científica ou mesmo da vida pública.
Trabalho
O percentual de mulheres brasileiras que trabalhavam ou buscavam trabalho no segundo trimestre de 2020 (45,8%) caiu ao mesmo nível de 30 anos atrás, depois de se manter bem acima de 50% ao longo de todos essas anos, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e Pnad Contínua.
Para as que conseguiram fazer home office, a sobrecarga do trabalho doméstico aumentos com as crianças e suas aulas virtuais em casa, colocando parâmetros pré-pandêmicos de produtividade em xeque.
Já as mães que precisaram sair para trabalhar se viram diante do medo da contaminação e do impasse de não terem com quem deixar os filhos, o que levou ao abandono do trabalho ou a demissões.
É uma conta que não fecha. Só se resolve à medida que a mulher abre mão de horas de sono, rotinas de autocuidado e tempo de lazer.
Saúde mental
Esse pacote compromete o bem-estar físico e emocional dessas mulheres, com repercussões nas próprias funções cognitivas e, portanto, no desempenho produtivo e na funcionalidade.
A pandemia provocou um aumento na incidência de transtornos mentais, como medo da morte, consumo excessivo de álcool, estresse pós-traumático pela morte de parentes e até ideias suicidas.
Como consequência disso também crescem os esgotamentos, problemas de sono e concentração, irritabilidade, esquecimentos, distrações e perdas de compromissos, que ainda geram culpa porque as mães se pressionam e sofrem pressão.
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/
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