Assim que o bebê nasce é importante realizar alguns exames para saber se está tudo bem com o pequeno. E para detectar precocemente alterações auditivas que poderão interferir na qualidade de vida, todo recém-nascido deve, obrigatoriamente, ser submetido ao Teste da Orelhinha. “O indicado é que todo bebê faça a avaliação logo após o nascimento, até o terceiro mês de vida. O exame é rápido e indolor, uma vez que é feito durante o sono natural do bebê. E o resultado é imediato”, explicam as fonoaudiólogas Dra. Fabíola Sócrates de Bastos e Dra. Maria de Lourdes Campos de Santana.
Fatores de risco como baixo peso; histórico familiar de surdez; doenças congênitas; anormalidades do pavilhão auricular; fissura labial; intervenção na UTI por mais de 48 horas; uso de medicamentos ototóxicos, podem afetar a audição do bebê. “Toda criança está sujeita a nascer com alguma deficiência auditiva. Sem exames específicos, é comum perceber a alteração auditiva somente por volta de 2 anos, quando a criança começa a apresentar problemas na fala”, informam.
De acordo com as fonoaudiólogas, é essencial que a identificação do problema auditivo seja precoce, o que pode acontecer a partir de 24 horas do nascimento. Atualmente, sabe-se que a surdez deve ser diagnosticada e tratada até o sexto mês de vida, quando o bebê começa a desenvolver a fala, ouvindo os sons que ele mesmo faz. “A identificação do problema possibilita oferecer à criança melhores condições para o seu desenvolvimento”, ressaltam.
Teste da Linguinha
Importantíssimo, o teste da linguinha é realizado para identificar problemas que podem resultar em dificuldades na fala, sucção, deglutição e mastigação. “O exame consiste na avaliação do frênulo da língua do recém-nascido. Enquanto o bebê está mamando, o fonoaudiólogo faz a avaliação anatômica e da força de sucção, além de análise dos batimentos cardíacos, da respiração e da saturação do oxigênio. É rápido e indolor”, informam as fonoaudiólogas.
Caso seja identificada alguma alteração significativa no frênulo da língua do bebê, é necessário realizar a frenectomia, procedimento cirúrgico simples, no qual é feito um pequeno corte na membrana. Esse corte não causa dor quando realizado em recém-nascidos. “A correção feita nos primeiros dias de vida do bebê será absorvida naturalmente. Quanto mais tarde for detectada a alteração, mais dor a criança sentirá e precisará de cuidados pós-operatórios, uma vez que a membrana vai ficando mais grossa e resistente”, destacam.