Toda mãe deseja ver seu filho feliz e saudável. Esse é o principal objetivo do atendimento humanizado pediátrico, que busca a felicidade e o bem-estar das crianças. A Pediatra especialista em Homeopatia e Psicoterapia Psicanalítica Dra. Luciane Fioravanti Morais explica que o compromisso do atendimento humanizado, além de valorizar as necessidades físicas de saúde, preocupa-se com a qualidade de vida emocional das crianças, e complementa que a pediatria humanizada possibilita estender o cuidado amoroso que começa no nascimento de nossos filhos para as consultas habituais de acompanhamento da criança em seus primeiros anos de vida, com orientação e suporte da família em todos os momentos. Confira, a seguir, a entrevista com a Dra. Luciane:
O que é pediatria humanizada?
É a pediatria praticada com mínimas intervenções, em que a relação com a criança ocorre pelo afeto, respeitando a criança e seus pais. Isso permite a criação de um vínculo de confiança e colaboração entre a pediatra e a família. Com esse vínculo estabelecido, todas as formas de cuidar, educar, alimentar, medicar, vacinar podem ser dialogadas, para atingir a melhor orientação para a criança, respeitando sua individualidade.
Quais são as características de um pediatra humanizado?
O pediatra humanizado:
- identifica e trata doenças ou problemas do corpo, da mente e da vida social das famílias;
- dá suporte e resolve todos os problemas relacionados ao manejo da amamentação exclusiva, porque ampara a mulher para alcançar o ideal, recomendado pela Organização Mundial da Saúde, de alimentar os bebês exclusivamente com leite materno até os seis meses de vida e manter a amamentação, junto com alimentos complementares, até dois anos ou mais;
- procura ouvir atentamente e acolher as percepções dos pais a respeito da criança;
- tem disponibilidade para conversar e responder a todas as ligações dos pais, sem demora, seja de bebês com poucos dias de vida ou de crianças maiores;
- utiliza diversos meios de comunicação disponíveis, como e-mail, programas de troca de mensagens instantâneas e torpedos, para facilitar a comunicação com os pais;
- tem a disponibilidade para conversar com pediatras de prontos-socorros, onde seus pacientes, porventura estejam sendo atendidos em casos de urgência, para avaliar em conjunto as condutas médicas que estão sendo tomadas.
Como a Pediatria Humanizada se relaciona com a Homeopatia?
O pediatra tem o compromisso de evitar as interferências causadas por procedimentos desnecessários ou inoportunos, evitar prescrições excessivas, bem como prever e evitar efeitos colaterais. A homeopatia é uma opção natural e suave para auxiliar o processo de cura da maioria das doenças. Ela nos permite ser mais conservadores e estimular o sistema de defesa da criança. Pode ser usada como intervenção mínima, antes de pensarmos em usar medicamentos alopáticos sistematicamente.
E como você concilia a prática da psicoterapia com a pediatria humanizada?Algumas crianças e certas vezes seus familiares precisam de acompanhamento psicoterápico, em determinados momentos de suas vidas, o que é realizado separadamente das consultas pediátricas. No atendimento pediátrico habitual, utilizo o conhecimento da psicoterapia de linhagem psicanalítica como mais uma ferramenta de trabalho. Essa vivência me permite dar sustentação, apoiar famílias e a própria criança em seu desenvolvimento, além de fornecer a compreensão de quais fatores emocionais estão relacionados ao adoecer, o que viabiliza soluções não medicamentosas sempre que possível.
Como é a consulta?Um dos aspectos mais importantes é a observação do bebê com sua mãe, mamando, brincando, interagindo com seus pais, comigo e com o ambiente, além da conversa com os pais e familiares. Tenho especial interesse na história da criança desde a gestação, parto, primeiros momentos de vida, amamentação e desenvolvimento, até chegarmos ao momento atual. Interessa também saber como é a família da criança, como é a rede de apoio familiar, uma vez que são fatores determinantes para viabilizar a amamentação, o vínculo que se forma entre mãe e bebê e o desenvolvimento afetivo da criança.Tudo isso sem descuidar do exame físico, realizado com uma aproximação cuidadosa e lúdica, para não assustar a criança.