O maravilhoso mundo do seu bebê
Você vai se surpreender a cada dia com a capacidade que as crianças têm de aprender coisas novas. Mas saiba que cada uma tem um ritmo e jeito próprios. Por isso, evite comparações entre bebês da mesma idade. O Manual da Mamãe, com a ajuda da Dra. Maria Alice Fontes, psicóloga do Grupo de Estudo do Comportamento e Desenvolvimento do Departamento Materno Infantil do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, preparou este roteiro para você:

Roteiro

1º mês: o bebê dorme a maior parte do tempo, apresenta uma série de reflexos, como o agarrar e o sugar.

2º mês: diferencia sons e se orienta para os humanos, acompanha visualmente o deslocamento de um objeto, sorri em resposta a outro sorriso, demonstra conhecer o rosto da mãe.

3º mês: segura com firmeza um objeto, enxerga em cores, reage a barulhos parando de mamar.

4º mês: levanta a cabeça e a mantém equilibrada, chora quando deixado sozinho, ouve a voz da mãe e vira a cabeça procurando por ela.

5º mês: olha a própria imagem no espelho e se alegra com isso, lambe, morde e chupa tudo o que estiver em seu alcance.

6º mês: estica os braços para ganhar colo, segura objetos com as duas mãos, come a primeira papinha.

7º mês: senta de modo firme, começa a entender o “não”, interessa-se por figuras em livros, aparecem os primeiros dentes.

8º mês: está pronto para engatinhar, olha para quem o chama pelo nome.

9º mês: os dedos funcionam como pinça para pegar objetos pequenos, bate palmas e dá tchau.

10º mês: aponta com o dedo indicador.

11º mês: tenta ficar de pé encostando-se às paredes e apoiado em móveis.

12º mês (1 ano): começa a andar com ajuda.

15 meses: anda bem sozinho, sobe escadas engatinhando, usa o copo para beber líquidos e pode usar a colher.

 

Desenvolvimento da linguagem

Ao nascer o bebê possui vocalizações diferentes do choro para “fome”, “dor”. É chorando que o bebê se comunica, especialmente com a mãe. E é incrível como ela consegue entender cada tipo de choro... Aos três meses, ele faz ruídos com a garganta e estala o céu da boca. Balbucia (repete uma série de sons: “ma-ma”, “da-da”) aos seis meses e reserva cada som para um objeto específico. Brinca com as suas próprias vocalizações. E os adultos, imitando-os, também brincam! Reconhece o “não” e seu próprio nome aos sete, oito meses. A média de idade para a primeira palavra é 11 meses.

 

Desenvolvimento cognitivo

Piaget denomina esta fase como Período sensório-motor. Por quê? Porque o bebê conhece o mudo e desenvolve a inteligência através dos sentidos e das ações. Ele caminha das atividades reflexas inatas (respostas que traz prontas ao nascer para reagir ao ambiente: sugar, agarrar, acompanhar visualmente) para atividades desenvolvidas para um fim e relacionadas ao ambiente. Por exemplo: olha, agarra e depois põe na boca o que quer. O domínio do ambiente pelo bebê ocorre através do chamado processo de Assimilação (incorporando novos estímulos ambientais: por exemplo, agarrar novos objetos) e pelo processo da Acomodação (modificação do comportamento para a adaptação a novos estímulos: por exemplo, esticar o braço para agarrar um objeto distante).

 

Desenvolvimento afetivo e social

Vinculo mãe-bebê: O vínculo mãe-bebê (relação de apego) é extremamente importante neste início da vida! A criança aprende através dele se o mundo é um lugar bom e agradável para viver ou uma fonte de dor, frustração e incerteza.

Autoimagem e autoconceito: o bebê, inicialmente, não experimenta a si mesmo como separado dos outros, especialmente da mãe: ele e a mãe são vivenciados como sendo uma coisa só! Com o tempo a criança começa o processo de separação, ainda que a mãe seja vista como uma extensão de si, seja provendo cuidados ou o frustrando.

Ansiedades normais do bebê: Por volta dos 6 meses o bebê sorri mais para a mãe, dá os braços para ela, vocaliza mais em sua presença, deixando nítida a aquisição de uma ligação de apego e apresentando então ansiedade de separação ao seu afastamento. Em torno dos 8 meses surge a ansiedade frente a estranhos, indicando claramente que o bebê já discrimina o familiar do não familiar.

O brincar: a criança geralmente se diverte jogando objetos e pegando-os, e gosta muito de brincar com a mãe de “achou!”. Brinca de sacudir chocalhos (4 meses), empilhar cubos (13 meses) e com 1 ano e meio folheia livros.