Meu bebê não dorme!
“Eu estou cansada, já não sei o que fazer! Não durmo uma noite inteira há meses.” Queixa comum de pais no consultório de neuropsiquiatria infantil, o distúrbio do sono em bebês gera angústia e preocupação intensas. Pensando em você, o Manual da Mamãe buscou o pediatra, com especialização em neuropsiquiatria infanto juvenil, Dr. Fábio Pessoa, para lhe explicar como agir nestes momentos. Ele conta que, enquanto recém-nascido, o bebê não diferencia dia e noite e precisa se alimentar em intervalos menores de tempo. “Assim, mães com pouca orientação quanto à amamentação ou que apresentem dificuldades para amamentar seus filhos, acordam mais vezes à noite para as mamadas, prolongando o tempo em que a criança é manipulada.”

Segundo o especialista, o bebê deve ter um local ideal para iniciar o sono e sem a necessidade de mimos (embalar, acariciar, balançar no carrinho...) para que se aquiete ou durma. “Aqueles bebês que dormem na cama dos pais ou que dormem em frente à TV para depois serem colocados no berço, certamente terão mais dificuldade em dormir sozinho.” A orientação do Dr. Fábio é colocar a criança para dormir no mesmo horário, no mesmo berço e, logicamente, acordada, sem a necessidade de qualquer outro estímulo para que a criança adormeça. “O bebê deve ‘aprender a dormir”, ensina.

Por volta de 8-9 meses, algumas crianças voltam a apresentar ou pioram seus sintomas de distúrbio do sono. Nesta fase, ela acorda, lembra dos pais e chora. “Trata-se de uma fase normal do desenvolvimento da criança e é importante que os pais saibam disso. O medo de ficar só, de ser abandonado ao adormecer faz com que o bebê chore copiosamente chamando pelos pais. Tente acalmá-lo no próprio berço, sem acender as luzes ou pegá-lo no colo”, orienta. Nesse momento, pequenos objetos, como um travesseirinho, uma fraldinha ou um ursinho, podem ser usados pela criança como forma de se sentir protegida na ausência dos pais.

O Dr. Fábio conta que o tratamento medicamentoso pode ser indicado em alguns casos, mas o sucesso está indiscutivelmente relacionado às mudanças na estrutura e na dinâmica familiar, sendo necessário, em certas situações, acompanhamento e avaliação psicológica da criança e de seus cuidadores.