As doenças alérgicas são bastante comuns na infância. Os pais precisam ficar atentos durante os primeiros anos de vida da criança. Segundo a alergista e imunologista pediátrica Dra. Mariana Malucelli, as alergias mais frequentes na infância, que acometem de 10% a 30% das crianças, são as alergias respiratórias: rinite alérgica (que se caracteriza por crises de espirros, coriza, coceira no nariz, e podem estar associadas à conjuntivite alérgica) e asma (crises de tosse seca, falta de ar e chiado no peito). Cerca de 8% das crianças têm alergia alimentar (sintomas alérgicos após a ingestão de determinado alimento) e até 10% apresentam dermatite atópica (ressecamento importante da pele, coceira, descamação). Existem ainda outras manifestações de alergia na infância, entre elas, urticária e anafilaxia.
Cada tipo de alergia pode ser desencadeada por diferentes tipos de alérgenos. “As alergias respiratórias são causadas principalmente por ácaros, pelos de animais e fungos. Já os principais alérgenos alimentares são proteínas: a proteína do leite, da clara do ovo, mas também soja, amendoim, castanhas, peixes e crustáceos. A dermatite atópica, em suas formas mais graves, pode ter relação com alimentos também”, explica a Dra. Mariana.
Para o diagnóstico da doença, a Dra. Mariana informa que pode ser realizado, no consultório, o teste cutâneo alérgico de leitura imediata (Prick Test), que é feito na pele do paciente, usando extratos de alérgenos e observando a reação imediata na pele. Outros métodos são os exames laboratoriais, que identificam os níveis dos anticorpos (IgE) específicos para cada substância. Os dois tipos de exames podem ser feitos em crianças, já nos primeiros anos de vida, quando há indicação médica.
O fato é que, em relação à doença alérgica, não há como evitar a herança genética, mas pode-se tentar diminuir a chance de sensibilização. “Na prevenção primária (para evitar que a alergia apareça), deve-se estimular o aleitamento materno e evitar contato precoce com alimentos potencialmente alergênicos. Na prevenção secundária (depois que já surgiu a alergia), evitar contato com alérgenos e substâncias irritantes, que desencadeiam os sintomas, como poeira, fungos, fumaça de cigarro, poluição. Na prevenção terciária, usam-se tratamentos e medicações que possam atenuar a ocorrência de crises”, diz.
Recomendações para o quarto da criança
• Quarto sempre limpo e arejado;
• Limpeza diária com pano úmido;
• Retirar tapetes, cortinas, almofadas e outros objetos que podem ser fonte de poeira, como livros e bichos de pelúcia;
• Utilizar capas em colchões e travesseiros;
• Evitar animais dentro de casa.