As crianças, desde muito cedo, estão expostas a essa correria do dia a dia dos pais e acabam com pouquíssimo tempo para serem crianças. A tecnologia auxilia muito a ocupar o tempo dos pequenos com uma infinidade de estímulos visuais e jogos solitários, que também auxiliam no aprimoramento de habilidades manuais ou de raciocínio lógico, bastante interessantes para o desenvolvimento infantil. “Porém, com o uso intenso dessas tecnologias, acaba-se deixando de estimular habilidades comunicativas e de interações, imprescindíveis para um bom desempenho social e escolar no futuro das crianças”, explica a equipe de fonoaudiólogas da Audiologia Brasília.A audição desempenha um papel importantíssimo nas atividades intelectuais produzidas por seres humanos. “Muitas habilidades auditivas, como a diferenciação da voz materna frente às demais vozes, já acontecem a partir do quinto mês de gestação. Ao nascer, o sistema auditivo já está funcionando há cerca de 4 meses e está pronto para receber e armazenar mais sons para serem usados posteriormente no desenvolvimento de fala, por exemplo”, informa a equipe.
Atualmente, segundo as fonoaudiólogas da Audiologia Brasília, devido a alguns hábitos nocivos, há maiores possibilidades de perdas auditivas precoces por excesso de ruído. O fone de ouvido é um desses hábitos que aumentam a pressão sonora no canal auditivo. E a estimulação auditiva para o desenvolvimento infantil tem sido deixada de lado.
“Estimular a audição é aprender o maior número de timbres e tonalidades, conhecendo e memorizando os diversos sons da natureza, ambientais, instrumentais, musicais. É fazer com que o cérebro preste atenção em mais de um som ao mesmo tempo, para ganhar a capacidade de juntar e separar adequadamente as informações, conforme a necessidade. É ouvir uma história contada por inteiro, sem precisar de apoios visuais e sem, com isso, perder a atenção. É dançar e cantar ao mesmo tempo, com ritmo, graça e harmonia.”
Brincar de ouvir ajuda a evoluir
Pode-se estimular a audição brincando, sem perder tempo, sem estar plugado em equipamentos. Brincar de telefone sem fio, descobrir as palavras que rimam ou as que começam com letras selecionadas, falar listas de frutas, verduras, animais, brincar de “gato mia”, “corre cutia”, adoleta, estátua... Essas são atividades que desenvolvem as habilidades de detecção, discriminação, memória e atenção auditivas, ordenação, integração e localização sonora. Necessitam de interação e atenção de um participante com o outro e podem ser realizadas em qualquer lugar. Essas habilidades promovem mais atenção e mais capacidade de aprender, e seu tempo para brincar produz mais felicidade. Então, por que não?
