Mais que um médico, um amigo. É assim que você deve se sentir em relação ao pediatra do seu filho, afinal serão anos de convivência numa relação que precisa de confiança. Não sem necessidade, a escolha desse profissional deve ocorrer ainda na gravidez, inclusive com uma primeira consulta com a gestante e também o papai. O conselho é da pediatra Dra. Patrícia Barbosa Ferrari, que explica que neste momento empatia é fundamental para o início de um vínculo afetivo, que vai perdurar por toda a infância e adolescência do seu pequeno. O que observar nessa escolha, como são as consultas e a liberdade que se deve ter com o médico são alguns dos aspectos abordados com a Dra. Patrícia na entrevista a seguir. Confira:
Quando começar a procurar o pediatra para meu bebê?
A primeira consulta com o pediatra deve ocorrer ainda durante a gravidez. Nesta consulta, o médico vai conhecer o histórico de patologias de sua família, bem como saber sobre o andamento do seu pré-natal e suas complicações, caso seja uma gravidez de risco. Você também receberá as primeiras orientações quanto aos cuidados com o bebê e sobre a importância e técnicas de aleitamento materno.
Como escolher um bom pediatra?
Normalmente, a escolha vem por meio de indicações de amigos e parentes ou ainda de seu obstetra. O importante é que, tendo um nome, você marque uma consulta, tire todas as suas dúvidas e observe se o profissional transmite segurança e se entra em sintonia com o casal, para uma boa relação médico-paciente. Esta consulta é importante para firmar um vínculo afetivo entre você e seu pediatra, profissional que desempenhará um papel especial na vida de sua família.
Quais as características de um bom pediatra?
O pediatra deve ter o Título de Especialista em Pediatria (TEP), certificado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). É importante que ele seja dedicado, paciente, acessível, tenha habilidade no trato com a criança e com a família e transmita segurança, para que suas orientações sejam seguidas e os retornos sejam periódicos. O tempo demandado na consulta é de fundamental importância para que seja possível fazer um histórico detalhado, um exame físico completo e para sanar todas as dúvidas da família.
Devo levar meu filho ao pediatra apenas quando estiver doente?
De maneira nenhuma. A criança precisa fazer um acompanhamento com o pediatra chamado de puericultura. Nesta consulta especializada, o médico avalia uma série de fatores para definir se o seu filho está saudável, faz orientações para prevenir doenças da infância e da vida adulta e trata possíveis problemas no início do quadro. O pediatra, acima de tudo, é o médico que promove a saúde da criança para a formação de um adulto saudável. Esta avaliação deve ser rotineira e não apenas no primeiro ano de vida ou quando a criança fica doente, como fazem alguns pais desavisados.
Com que frequência meu filho precisa ir ao pediatra?
As crianças devem consultar o pediatra já na primeira semana de vida. Depois, as consultas ocorrem mensalmente nos primeiros seis meses de vida, a cada três meses dos seis aos 18 meses, a cada seis meses, a partir de 18 meses até os 4 anos, e anualmente até os 19 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Além das consultas de puericultura, ditas de rotina, a criança também deve ser avaliada sempre que apresentar algum problema.
O que o pediatra avalia na consulta?
O pediatra é o médico especializado no atendimento da criança e do adolescente. Ele é responsável por acompanhar o crescimento e desenvolvimento de seu filho, além de orientar sobre vacinação, alimentação, vida escolar, prática de esportes, comportamento, sono, entre outros assuntos. Além disso, o pediatra trabalha no tratamento de doenças e prevenção de acidentes e problemas futuros, colaborando para uma vida longa e saudável.
O que fazer se eu tiver dúvidas ou em caso de emergência?
Em caso de dúvida entre em contato com o seu pediatra por telefone ou no consultório, para que ele possa orientá-la. O ideal é que o pediatra de seu filho possa atendê-la em situações de intercorrências sempre que possível. Em casos de urgência e emergência, tais como crises convulsivas, dificuldade respiratória, desidratação, febre de difícil controle em crianças de baixa idade, entre outros, leve seu filho imediatamente para atendimento no pronto-socorro. Mas, atenção, evite idas desnecessárias ao pronto-socorro, preferindo sempre a consulta com seu pediatra de confiança, já que ele é o médico que conhece o seu filho e fará uma melhor avaliação do caso.