Choro, vômito, azia, engasgos e perda de peso são alguns sintomas do Refluxo Gastroesofágico (RGE) em bebês. E o tratamento osteopático pode ajudar a solucioná-los. “A medicina osteopática avalia de uma forma muito particular o bebê e a criança para identificar as causas de problemas como refluxo, cólica, torcicolo, problemas respiratórios e assimetrias de cabeça. Para isso utiliza técnicas suaves e específicas para resolvê-los”, explica o fisioterapeuta especialista e mestre em Osteopatia Pediátrica Dr. Mauro Gemelli.
No quadro do RGE, o comportamento errado da válvula do esôfago faz com que ela se abra quando não deveria, permitindo que o alimento do estômago suba para o esôfago. Este conteúdo pode subir para a boca e causar vômito e regurgitações ou simplesmente pode chegar próximo à entrada do pulmão e causar engasgos, tosse e inflamações como bronquites. Mas se tiver ácido neste conteúdo que retornou, vai ocasionar a azia, e a criança vai apresentar quadro de choro, irritabilidade, ela vai parar de mamar empurrando o peito ou mamadeira e jogar a cabecinha para trás. Além disso, pode fazer o bebê ter soluço depois de mamar.
Se for uma criança maior ela vai pedir água ou comida muitas vezes ao dia porque tem azia, e isso significa dor, e tomar algo vai “limpar o esôfago” e aliviar o sintoma. O ácido pode ainda gerar hipersensibilidade crônica do pulmão (asma crônica) para se proteger de possíveis entradas do ácido no pulmão. “Tudo isso causado pelo refluxo, que tem como causa uma irritação do nervo vago”, aponta o especialista.
Para entender de onde vem esta irritação e como tratá-la, o osteopata especialista em pediatria avalia no trajeto deste nervo, desde a saída da base da cabeça até o abdômen, onde estão as tensões musculares e articulares que causam essa irritação, e as trata. “Mas já é possível prestar atenção em casa: uma das principais causas dessa irritação ocorre nos movimentos de chicote cervical, quando a cabeça do bebê cai para trás ao levantá-lo pelos ombros sem apoio da cabeça. O resultado é um estresse grande na área de apoio da cabeça na região cervical, onde o nervo vago passa, provocando o RGE”, alerta.