Cirurgia Pediátrica: entenda a especialidade
De situações menos complexas, como fimose ou hérnias, passando por condições de urgência, como apendicites ou derrames junto ao pulmão, até doenças com maior risco à vida como tumores abdominais ou torácicos. O cirurgião pediátrico é o médico que, após cinco anos de treinamento em Residência Médica (dois em Cirurgia Geral e três específicos em Cirurgia Pediátrica), se torna habilitado a cuidar de crianças com doenças potencialmente cirúrgicas diversas. Atende desde crianças ainda no útero, ao consultar gestantes com filhos que podem necessitar de operação após o nascimento, até adolescentes.

O Dr. Antônio Aldo Melo Filho é especialista em Cirurgia Pediátrica e explica que também é usual lidar com recém-nascidos com doenças congênitas, como malformações dos intestinos, rins ou pulmões, em equipe com outros profissionais que cuidam da gestante e de seu bebê. “A Cirurgia Pediátrica acompanha a Pediatria no entendimento que crianças devem ser tratadas de forma particular, pois várias doenças que as acometem se apresentam e evoluem de modo diferente de que nos adultos. Neste sentido, uma importante característica da área é a busca de condutas mais conservadoras e tratamentos menos agressivos. Ao contrário do adulto, a criança é um ser em desenvolvimento e algumas situações podem mesmo ser resolvidas sem operação”, orienta o médico.

Nesse sentido, avalia o Dr. Aldo, a evolução tecnológica tem permitido que diversos procedimentos, mesmo em lactentes, sejam hoje realizados por videolaparoscopia ou videotoracoscopia, caracterizando o que se chama Cirurgia Minimamente Invasiva Pediátrica e Neonatal. “Esta não se restringe a um mero detalhe cosmético, mas, em várias situações, permite resultados iguais ou superiores ao acesso convencional, no que diz respeito a fatores como inflamação, dor pós-operatória, taxa de infecção, tempo de internação e complicações tardias”, pontua.

A necessidade de uma operação sempre dependerá primariamente da condição clínica da criança e da doença a ser tratada. Segundo o especialista, a via de acesso e a técnica cirúrgica são passos seguintes a definir. Em todo procedimento cirúrgico, independentemente da via de acesso, há sempre variáveis e limitações individuais (profissionais e pacientes) e dos equipamentos de forma que o risco de complicações pode ser minimizado, mas não eliminado por completo. “Resumindo, o cirurgião pediátrico cuida especificamente de crianças com doenças cirúrgicas diversas, buscando sempre alternativas menos agressivas para solucioná-las.”