O que é bronquite?
Os sintomas da asma descritos acima são muitas vezes confundidos com os da bronquite, que também é uma inflamação, mas que geralmente está associada a um processo infeccioso, viral ou bacteriano.A bronquite aguda é causada por infecção viral ou bacteriana, com duração de apenas alguns dias. Já a bronquite crônica é provocada pela exposição prolongada ao cigarro ou outros irritantes inalados. Nesse último caso, as células do pulmão são progressivamente danificadas dando origem ao quadro de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).Asma e bronquite são a mesma coisa?
Asma e bronquite são coisas distintas. A asma é definida como uma obstrução brônquica, geralmente ocasionada por um processo alérgico, que leva à inflamação dos brônquios, provocando falta de ar, sibilância, tosse, dor no peito e opressão torácica. As crianças são as que mais sofrem com a doença. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, atualmente, existem 235 milhões de pessoas com asma no mundo. No Brasil, a doença atinge cerca de 20% das crianças e adolescentes.A asma pode ser alérgica e não alérgica. A mais comum e que atinge principalmente as crianças é a asma alérgica, desencadeada pelos alérgenos inalantes como poeira, ácaros, fungos e pólen.O Dr. Flávio Sano, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), conta que a asma não alérgica é mais comum no adulto e a principal representante é a chamada asma eosinofílica não alérgica.“Os dois tipos de asma têm tratamentos muito eficientes. Existe o tratamento sintomático ou de resgate, quando são utilizados os broncodilatadores. Para o tratamento de controle ou anti-inflamatório, as principais medicações são os corticoides inalados isolados ou associados a broncodilatadores de longa duração e ainda os antileucotrienos. Quando o controle não é obtido com estas drogas, geralmente é necessária a utilização dos corticoides orais. Entretanto, devido aos efeitos indesejáveis, esta classe terapêutica deve ser evitada, comenta Dr. Sano.Recentemente, para os casos mais graves, refratários ao tratamento descrito acima, uma nova classe terapêutica está sendo lançada no mercado. São os medicamentos chamados biológicos, que são anticorpos fabricados para diminuir o processo inflamatório e a obtenção do controle do quadro asmático. “Essas medicações são muito recentes, estão sendo lançadas no mercado agora, mas são destinadas apenas a um grupo muito seleto de pacientes com asma grave”, ressalta o especialista da ASBAI.Hoje, existem inúmeros tratamentos acessíveis, inclusive no SUS, e que trazem uma grande melhoria na qualidade de vida do paciente. “O importante é fazer o diagnóstico correto, procurar o médico, seja alergista, pediatra ou pneumologista, para que ele defina a melhor linha de tratamento a seguir”, comenta Dr. Flávio Sano.O pediatra e o clínico geral podem tratar os quadros mais leves de asma. Porém, os mais graves devem contar com o acompanhamento de um especialista em alergia ou pneumologia, que podem indicar o tratamento com imunobiológicos.