As vacinas são essenciais para prevenir uma série de doenças virais e bacterianas. No Brasil, o calendário vacinal é definido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e prevê a aplicação de doses desde o nascimento até o final da vida. Ainda assim, as vacinas envolvem muitas dúvidas e mitos.
Para esclarecer as principais dúvidas, a especialista Dra. Monica Forrester, gerente Científica de Vacinas da Amo Vacinas, em Goiânia, reuniu os principais mitos da vacinação. Confira:
1. Vacina do sarampo pode causar autismo
MITO. Vacinas são comprovadamente eficazes e responsáveis pela erradicação e controle de diversas doenças. Em 1998, foi publicado um artigo em que o autor indicava a relação entre uma vacina e o autismo. O artigo depois foi considerado seriamente falho e foi retirado dos arquivos da revista Lancet, onde havia sido publicado. Um desses estudos avaliou 95.727 crianças nos Estados Unidos (2001 – 2012) sem encontrar qualquer relação.
Não existe relação entre a vacinação e o autismo.
2. Vacina contra HPV (Vírus do Papiloma Humano) foi proibida e tem eventos adversos horríveis
MITO. Nunca houve a proibição de nenhuma vacina HPV por conta de EVENTOS ADVERSOS, nem qualquer evidência de relação com quadros graves, neurológicos, esterilidade ou debilitação.
3. As vacinas que contém mercúrio causam intoxicação grave
MITO. O mercúrio está presente em algumas formulações multidose como conservante na forma de timerosal, conservante mais utilizado em vacinas desde 1930. Está em concentrações muito baixas e os estudos mostram que não há risco para a saúde, pois é eliminado rapidamente do organismo.
4. As vacinas só são indicadas para quem NUNCA teve a doença. Pessoas que já tiveram a doença não precisam se vacinar contra ela
MITO. Algumas doenças geram proteção, como sarampo, varicela, hepatite A e hepatite B. Porém, pessoas com diagnósticos clínicos prévios de doenças como tétano, difteria e coqueluche devem se vacinar e fazer reforços normalmente conforme as recomendações locais.
5.Pessoas com alergia não podem receber vacinas, pelo risco de uma reação autoimune ou inflamatória grave.
MITO. A vacinação em pacientes alérgicos é contraindicada somente se houver:
- Histórico de reação anafilática comprovada após dose anterior;
- Histórico de hipersensibilidade a qualquer componente dos imunobiológicos.
História de alergia não específica, individual ou familiar não é uma contraindicação. A taxa de reações alérgicas graves às vacinas é muito baixa e varia entre 0,5/100.000 doses a 1/1.000.000 doses. Estão relacionados à componentes proteicos, como ovo, gelatina, etc. A análise de vacinar ou não deve ser feita pelo médico especialista que acompanha o paciente, analisando sempre os riscos e benefícios.
6. Após vacinar não pode consumir bebida alcóolica
MITO. Pode consumir bebida alcóolica quem recebeu vacinas.
7. Não pode vacinar quem está em tratamento com antibiótico
MITO. Pode tomar vacina que está usando antibiótico.
A Dra. Monica ressalta ainda que:
- As vacinas podem ser administradas simultaneamente, no entanto, para as vacinas Febre Amarela e Tríplice Viral é recomendado intervalo de 30 dias entre elas.
- O esquema de vacinação deve ser realizado seguindo o intervalo de tempo recomendado entre as doses da vacina, e nunca menor que o intervalo de tempo mínimo especificado para cada vacina.
- É contraindicada a vacinação no caso de febre nas últimas 48 horas; ocorrência de hipersensibilidade (reação anafilática) após o recebimento de qualquer dose; e história de hipersensibilidade aos componentes de qualquer dos produtos.
- Em caso de tratamento com corticoesteroides – dose superior a 2 mg/kg/dia de prednisona ou equivalente para crianças e acima de 20 mg/kg/dia para adultos por tempo superior a 14 dias – dose imunossupressora, adiar a vacinação. REALIZAR A VACINAÇÃO 30 DIAS APÓS O FIM DO TRATAMENTO.
- Usuários com imunodeficiência clínica ou laboratorial grave não devem receber vacinas de agentes vivos atenuados.