Tire suas dúvidas sobre a vida sexual na gravidez
A notícia que um bebê está chegando transforma a rotina de qualquer casal. As mães geralmente ficam confusas com as diversas mudanças físicas, hormonais, emocionais e comportamentais que ocorrem nesta fase. Já o pai pode apresentar dificuldades em lidar com todas essas novas informações que chegam bombardeando a vida do casal.

Os hormônios são os culpados pelos enjoos, vômitos, sensação de cansaço, diminuição da libido e, consequentemente, da vontade de fazer sexo na gestação. Além disso, surgem algumas dúvidas que rodeiam a cabeça de qualquer mãe: o sexo pode prejudicar o bebê? Pode causar o aborto? A falta de informação só prejudica a relação sexual do casal.

“Quando a relação do casal é estável, madura e sólida, a vinda de um filho pode uni-los ainda mais, melhorando até a intimidade. O ideal é o casal manter o diálogo aberto e honesto, já que há possibilidade de descobrirem juntos outros jeitos de manter a relação sexual ativa”, afirma a ginecologista e obstetra Dra. Erica Mantelli.

Se a gravidez estiver evoluindo sem complicações, o sexo é seguro, liberado e recomendado.  “O sexo é muito bem-vindo na vida do casal, tanto fisicamente como emocionalmente. Ele mantém o vínculo afetivo do homem e da mulher, além de melhorar a autoestima de ambos”, disse a ginecologista.

Entretanto, se a sua gravidez apresentar alguma alteração, como sangramentos, dores abdominais ou cólicas, ter histórico de insuficiência no colo do útero ou placenta baixa, é possível que o médico oriente a não manter relações sexuais com penetração. A Dra. Erica lista, a seguir, como é a sexualidade do casal conforme cada fase da gestação. Confira:

 

Libido

Segundo a ginecologista, a libido pode subir e diminuir durante os noves meses de gestação. “A partir do segundo trimestre pode ocorrer aumento da libido. Já no terceiro trimestre o desejo pode cair devido ao desconforto da barriga ou pela ansiedade com a aproximação do parto”, esclarece.

Até o 3º mês

A insegurança e o medo de perder o bebê também podem influenciar no desejo sexual. “No primeiro trimestre o aborto espontâneo é muito comum e muitas mães preferem evitar o sexo. Apesar da relação sexual não ser a responsável pelo abortamento na grande maioria dos casos, o ideal é consultar um médico assim que descobrir a gravidez”, orienta a Dra. Erica.

Do 3º ao 6º mês

A sexualidade melhora em até 80% neste período. “Os desconfortos são amenizados e a gestante tem mais disposição, além de manter a autoestima alta porque a pele e o cabelo ficam mais bonitos por conta dos hormônios”, comenta a especialista. Nesta fase, o casal pode usar da criatividade e aproveitar esse momento único.

Do 6º ao 9º mês

O final da gravidez é marcado pela ansiedade, cansaço e inchaço. “A alteração do desejo sexual da mulher, por exemplo, nem sempre é compreendido pelo homem, o que pode tornar a relação mais vulnerável. Portanto, procure manter o diálogo aberto e converse com o seu parceiro sobre como você está se sentindo nessa fase da gravidez”, aconselha a ginecologista.

Independente da fase da gestação, o casal deve manter sua intimidade e dedicar tempo a sós para conversarem, trocar carícias e aumentar o vínculo entre eles. A relação sexual vai muito além da penetração, portanto o importante é manter a criatividade e aproveitar o momento para conhecerem mais um do outro e aprenderem novas maneiras de proporcionar e receber prazer.

A saúde sexual é fundamental para manter o bem-estar individual e também do relacionamento com o parceiro. Caso haja dúvidas ou insegurança sobre o que fazer e como fazer, converse com seu obstetra. Certamente seu médico poderá te ajudar nesta fase tão especial!