Mais da metade das mamães após o parto, entre o segundo e quarto dia, sentem-se mais sensíveis e cansadas, com uma tristeza sem motivo, choro fácil, irritabilidade e um sentimento de incapacidade de cuidar do filho, da casa e do marido. São sintomas que geram uma preocupação:
Será que estou com depressão pós-parto?
Segundo a Dra. Suely Pereira de Faria, este sentimento não tem essa característica: “Quando não interferem nas atividades do dia a dia da mamãe e no seu relacionamento com as outras pessoas, essa tristeza se caracteriza como baby blues (depressão leve). Ela pode durar poucos dias ou até cinco semanas. Não requer uso de medicação e a mulher melhora espontaneamente com apoio familiar. O melhor é que as mamães conversem sobre isso, sem se sentirem culpadas.”
De acordo com estudos, sabe-se que a possibilidade de uma depressão leve evoluir para depressão pós-parto grave é mínima, desde que ela seja acompanhada por um especialista. Esta se inicia até o sexto mês após o parto e com sintomas mais severos. Atinge por volta de 15% das mulheres. A tristeza é grande e de caráter prolongado, sentimento de culpa, baixa autoestima e perda de sentido para a vida. A mulher se acha incapaz de cuidar do seu bebê e passa a ter dificuldades de suprir suas necessidades básicas, não se sentindo capaz de cuidar dela própria também. Pode, em casos mais graves, tentar o suicídio, abandonar o bebê ou mesmo maltratá-lo.
Nas mamães com depressão pós-parto, podem ser observadas alterações gastrointestinais, intestino preso ou solto, boca ressecada, dores de cabeça, insônia e alterações de apetite. É uma doença que só se resolve com uso de medicações antidepressivas e com acompanhamento psiquiátrico e psicológico.
“Algumas mulheres merecem maior atenção, como as que já tiveram algum tipo de depressão, que na gravidez anterior apresentaram depressão pós-parto, que não desejavam a gravidez ou passaram por momentos difíceis durante a gestação e podem colocar a culpa nos bebês.” De acordo com a Dra. Suely, a prevenção da depressão pós-parto é possibilitar uma gravidez tranquila e um puerpério bem-orientado, com informações seguras dos profissionais que acompanham a “recém-mamãe”. “Ela precisa de um bom pré-natal, apoio familiar, principalmente do marido e um planejamento para a gravidez, evitando ansiedade e cansaço. Apoio é a palavra-chave neste caso.”