Como funciona o exame que descobre o sexo do bebê a partir de 5 semanas de gestação?
A identificação do sexo do bebê é um dos momentos mais esperados da gravidez. Pela ultrassonografia isso acontece entre a 13ª e 14ª semanas, mas a família já pode antecipar a curiosidade na metade do tempo com um exame de sangue chamado sexagem fetal. O médico geneticista Dr. Ciro Martinhago, do RDO Diagnósticos Médicos, explica que gestantes em qualquer idade gestacional a partir da 5ª semana de gestação podem saber o sexo do bebê com um índice de acerto superior a 99%. A eficácia do exame na 7ª semana de gestação para frente é de 100%. “Isso porque na gravidez precoce, ou abaixo de sete semanas, há pouco material fetal circulante no sangue materno.”

 

Como é realizado este exame?

O teste é feito a partir da coleta do sangue da mãe, baseado na seguinte dinâmica: como apenas o sexo masculino possui cromossomo “Y”, se for detectada sua presença no sangue da mãe, o bebê será um menino, e a ausência significa que será uma menina. O DNA fetal também pode ser extraído do soro materno, porém, a grande maioria dos laboratórios prefere realizar a extração de DNA através do plasma, principalmente porque o soro apresenta uma quantidade de DNA materno muito maior do que o plasma. Sendo assim, fica mais difícil a detecção do DNA fetal quando esse está “escondido” sob uma grande quantidade de DNA materno.

 

Pode haver interferência de uma gestação anterior, por já ter circulado no sangue da gestante DNA fetal dos outros filhos?

Sabe-se que não há interferência de DNA de gestação anterior, pois o DNA detectado é livre (fora da célula) o qual é totalmente eliminado em até 72h após o parto. Portanto, qualquer gestante, independente do número de gestações anteriores, pode realizar o teste.

 

Como é a metodologia do exame no laboratório? O que garante sua eficácia?

O tempo médio para realizar toda a metodologia envolvida no exame de sexagem fetal é de aproximadamente três horas. Todo o processo é repetido novamente antes de liberar o resultado, para evitar qualquer possível erro humano de laboratório. O resultado de ambas as reações, obrigatoriamente, tem de ser o mesmo.

 

Há fatores que podem afetar o resultado do exame?

Alguns fatores como transfusões de sangue e transplantes de órgãos podem afetar o resultado do exame. Se a mamãe tiver recebido recentemente sangue ou um órgão transplantado de um homem, terá cromossomos “Y” em sua corrente sanguínea e o teste indicará um menino, ainda que o bebê seja do sexo feminino.

 

E no caso da gravidez de gêmeos? O que dizer dos resultados da sexagem fetal?

Quando a mulher está grávida de gêmeos, se forem univitelinos (idênticos) o resultado é válido para os dois. Para gêmeos diferentes (bivitelinos), gerados em mais de uma placenta, se o resultado do teste for menino, quer dizer que ao menos um dos bebês é menino. Se o resultado for menina, indica duas meninas.

 

Pela mesma metodologia pode ser descoberto o Rh fetal?

Sim, mas o exame deve ser realizado somente a partir da oitava semana de gestação. Mães que são Rh negativas e que estão sob o risco de gerarem filhos com Rh positivo herdado do pai estão sob o risco de sensibilizar o seu sistema imune e produzir anticorpos contra as células sanguíneas fetais. A determinação do Rh fetal, quando a gestante é Rh negativo, depende essencialmente da carga genética vinda do pai. Quando é Rh positivo, pode ser homozigoto (dois alelos iguais) ou heterozigoto (dois alelos diferentes). No caso do genitor ser homozigoto, o bebê vai ser sempre Rh positivo e quando for heterozigoto, há 50% de chance de ser tanto Rh positivo como negativo. Para o Rh fetal, se encontrarmos a presença do gene RHD circulando pelo plasma de uma gestante Rh negativa, presumimos que o feto é Rh positivo. Caso o bebê seja Rh positivo, a gestante precisa tomar uma injeção de imunoglobina na 28ª semana de gravidez e nas primeiras 72h após o parto. A “vacina” serve para o organismo da mãe não reconhecer, em uma próxima gravidez, o feto como estranho.

 

Correlação do sexo fetal com a idade gestacional e índice de acerto

Idade gestacional  Porcentagem de acerto

5 semanas                          99,9%

7 semanas                          100%