Cirurgia íntima sem preconceitos

Ainda cercada de muito tabu, a cirurgia plástica íntima, ou ninfoplastia, vem rompendo as barreiras do preconceito para levar mais autoestima às mulheres que sofrem com o crescimento anormal dos pequenos lábios da vagina. Além do desconforto estético, essa diferença pode causar dor nas relações sexuais e incômodo ao usar biquínis ou roupas mais justas. A ginecologista Dra. Camila Prestes explica que o procedimento é simples e o pós-operatório tranquilo. Entenda melhor como funciona esta cirurgia com as orientações da especialista em entrevista ao Manual da Mamãe:

O que provoca o crescimento anormal dos pequenos lábios da vagina?  

A maior causa do aumento excessivo dos lábios vaginais é genética, podendo estar presente desde a infância ou se desenvolver posteriormente durante a adolescência e na fase adulta.

Que problemas isso pode causar para a mulher?

A estética vaginal, o desconforto durante as relações sexuais e o incômodo ao usar biquínis ou roupas justas são as principais queixas das pacientes que desejam realizar a cirurgia plástica vaginal.

Nesse caso, a cirurgia mais indicada é a ninfoplastia? Por quê?

A cirurgia mais indicada é sim a ninfoplastia, que consiste na redução das ninfas (pequenos lábios vaginais). Quando as ninfas ultrapassam o tamanho dos grandes lábios vaginais deixam um aspecto desproporcional, causando um desconforto estético e físico.

O procedimento é simples?

Geralmente utilizamos a anestesia raqui ou peridural com sedação simples, para que a mulher durma durante o procedimento. Como opção, pode-se ainda usar apenas anestesia local com sedação. O ginecologista retira parcialmente os pequenos lábios e reconstrói essas estruturas. São dados pontos, normalmente absorvíveis, ou seja, que não precisam ser retirados posteriormente. As cicatrizes são imperceptíveis, deixando a região genital com um aspecto natural. O procedimento dura, em média, de 40 minutos a uma hora em meia.

As indicações são puramente estéticas?

Na grande maioria é sim por fatores estéticos, porém muitas pacientes nos procuram para casos em que o tamanho dos pequenos lábios causa dores durante o contato sexual ou com o uso de roupas que causam atrito na região.

Trata-se de uma cirurgia cercada de muito tabu. Como enfrentá-lo?

Hoje em dia a cirurgia vaginal está amplamente difundida principalmente nos meios de comunicações e as mulheres estão cada vez mais preocupadas com a estética, dispostas a melhorarem tudo o que lhes incomoda, buscando sempre  alternativas para aumentar sua autoestima.

O ginecologista está apto a realizar esta cirurgia? Por quê?

O ginecologista está apto sim a realizar cirurgias plásticas vaginais, pois o mesmo compreende perfeitamente a anatomia genital.  O ideal é a paciente se orientar e procurar um ginecologista com experiência em cirurgia vaginal para a sua realização.

O pós-operatório é doloroso?

Depende realmente de cada paciente, porém na grande maioria das cirurgias, se a mesma respeitar as orientações médicas, o desconforto é mínimo.

Que cuidados especiais é preciso ter com a região íntima nesse período?

Orientamos principalmente higienizar o local de forma adequada, fazer compressas geladas na região, evitar roupas justas, evitar exercícios físicos específicos e evitar contato sexual. É possível sentar-se logo após a cirurgia, uma vez que a área não sofrerá nenhuma pressão anormal nesta posição. A região pode ter diminuição da sensibilidade após a cirurgia, a qual retorna após a cicatrização (cerca de 30 dias).

Quando a paciente retoma suas atividades normais após a cirurgia?

Caso a paciente respeite as orientações e siga os cuidados recomendados em 2 ou 3 dias já liberamos para voltar às suas atividades profissionais.

Quanto tempo depois da cirurgia, a paciente pode voltar a ter relações sexuais? Por quê?

Em média de 30 a 45 dias, período suficiente para que os pontos cicatrizem e a sensibilidade no local retorne.

A ninfoplastia pode prejudicar as relações sexuais?

Não, pelo contrário, pode aumentar muito a autoestima da mulher, permitindo que ela se sinta mais à vontade com sua intimidade e possa desfrutar de uma vida sexual plena e saudável com seu parceiro. A sensibilidade durante a relação sexual não será alterada.