Alterações circulatórias na gestação: previna!
A gestação promove inúmeras mudanças para que o organismo materno suporte o desenvolvimento do bebê. Dentre elas estão as alterações no sistema circulatório, respiratório e gastrointestinal. Pernas pesadas e cansadas, diminuição na sensibilidade da região posterior das pernas, inchaços nos tornozelos e até câimbra podem indicar a insuficiência venosa. “Gestantes com predisposição a determinadas doenças como insuficiência venosa estão mais suscetíveis a problemas como a trombose venosa profunda (TVP) com risco de evolução para tromboembolismo pulmonar. Daí a importância da mulher consultar seu ginecologista antes de engravidar para identificar possíveis riscos e complicações e tomar medidas para minimizar intercorrências na gravidez”, explica o Especialista em Ginecologia e Obstetrícia e Reprodução Humana, Dr. Gabriel Monteiro.

Segundo o Dr. Gabriel, o aumento hormonal e de peso que ocorre na gestação pode provocar a insuficiência venosa. Os sintomas são mais perceptíveis durante a noite, principalmente se a gestante passar muito tempo em pé ou sentada, e costumam melhorar quando as pernas são elevadas. Já alterações na coloração da pele, como manchas escuras e acastanhadas, podem indicar um agravamento do quadro. “As varizes são veias tortuosas, deformadas e dilatadas, de coloração azulada e, se não tratadas, podem evoluir para um quadro mais grave, a trombose venosa profunda, fazendo com que a gestante sinta um peso enorme nas pernas, edema (inchaço), dor, sensação de queimação e movimentação reduzida”, informa.

Para combater a insuficiência venosa e evitar que os sintomas progridam para varizes é preciso fazer algumas modificações comportamentais, como praticar atividades físicas, adotar uma alimentação saudável para controle de peso, repousar com as pernas elevadas, massoterapia, parar de fumar e evitar ficar muito tempo em uma mesma posição, em pé ou sentado. O uso de meias elásticas de compressão também é importante para alívio dos sintomas, prevenção do aparecimento de varizes e redução do risco de trombose venosa profunda.

Atenção!

A gravidez é um fator de risco para insuficiência venosa e trombose venosa. O risco relativo de trombose em uma gestação é de 5% e pode aumentar principalmente se a futura mamãe tiver idade avançada, estiver acima do peso, for fumante, ter antecedente familiar da doença e passar por períodos prolongados de imobilidade. Após o parto, o risco é 60% maior que durante a gestação. “Portanto, é essencial que toda gestante faça um bom pré-natal para garantir sua saúde e a do bebê. É importante escolher o obstetra o quanto antes para que ele acompanhe a futura mamãe para evitar possíveis intercorrências e também para que ela se sinta tranquila e segura até o parto”.