Seu filho está estressado?
O estresse já não é mais apenas problema de gente grande. Cada dia mais, situações como o excesso de atividades extracurriculares, mudanças abruptas na rotina, morte de algum parente, entre outras, têm se tornado frequentes na vida das crianças, provocando o estresse infantil, revelado por meio de alterações comportamentais que afetam a vida social dos pequenos. Portanto, mamãe, é preciso ficar atenta ao dia a dia do seu filho para perceber se ele está estressado e precisa de tratamento. Para ajudá-la nessa identificação e a entender melhor como essa doença pode afetar seu filho, o Manual da Mamãe – Crianças e Adolescentes buscou informações com o Núcleo de Aprendizagem da Clínica Fillium, sob orientação do Dr. Fábio Borges Pessoa, pós-graduado em neuropsiquiatria da infância e adolescência. Confira:Primeiro, explique às mamães o que caracteriza o estresse.O estresse é definido como uma reação fisiológica ocorrida diante de situações excitantes ou de difícil resolução, a fim de se preparar o organismo para uma reação de luta ou fuga. Inicialmente, trata-se de uma reação benéfica. Mas, ao se tornar contínua pode gerar um desequilíbrio em nível hormonal, imunológico e de neurotransmissores e causar desconforto e sofrimento à pessoa. Sabidamente, hoje, afeta também as crianças. Fatores externos e internos [ver no final] podem funcionar como desencadeadores dessa resposta, a qual pode se tornar mais intensa e duradoura e acarretar uma série de prejuízos. Mas nem todas as crianças que passam por situações estressantes vão desenvolver sintomas desagradáveis e permanentes.Sendo assim, como perceber se meu filho está estressado?Crianças menores não conseguem expressar com palavras o que as afligem, mas reações comportamentais e até sintomas físicos podem favorecer a percepção do sofrimento. Maior irritabilidade, choro fácil ou excessivo, alteração no sono, pesadelos, mudanças na alimentação e regressão no desenvolvimento (voltar a chupar dedo e a fazer xixi na cama) são alterações visíveis nessa fase. Já crianças maiores e adolescentes expressam oralmente o que sentem com raiva e maior agressividade. Impaciência e hiperatividade antes não presentes passam a serem notadas. Em outros casos, o isolamento social pode prevalecer. Muitas vezes elas deixam de fazer o que antes gostavam, como praticar o esporte preferido ou ir para as aulas de inglês que tanto gostava, e podem apresentar os chamados transtornos psicofisiológicos, como enxaqueca, gastrite, colite, dermatite atópica e psoríase, entre outras.Como lidar com o estresse infantil e afastá-lo da vida da criança?A famosa frase usada principalmente pelos goianos “tá nervoso, vai pescar!” aplica-se bem na condução de uma família com uma criança estressada, pois esportes e lazer fazem muito bem. Portanto, insira na rotina do seu filho um tempo para ele brincar e envolva-se na brincadeira. É muito importante encontrar alguns minutos dentro de sua agenda apertada para ter um momento de prazer ao lado do seu filho.Sempre ouça a criança!Além disso, melhorar a convivência familiar é peça fundamental no apoio à criança. Um lar sem agressividade e sem discussões favorece o bom desenvolvimento dela. A escolha da escola também é importante. Qual é o perfil da instituição, mais exigente ou mais livre/tolerante? Há espaço para a criança se expressar? Faça-se essas perguntas e garanta mais tranquilidade no dia a dia do seu filho.Quando é necessário buscar ajuda profissional em casos de estresse infantil?Encontrar o agente estressor e afastá-lo, quando possível, além de propiciar técnicas para o enfrentamento da situação, é necessário. Dessa forma, em algumas situações a busca por profissional apto a identificar o problema e oferecer ajuda vai ser de grande valia.