Qual a relação da música com o desenvolvimento do bebê?
Quando se fala em desenvolvimento cognitivo dos bebês, você pensa em quê? A preocupação maior é se ele está aprendendo a falar dentro das expectativas de acordo com a idade, não é verdade? Poucos se atentam à capacidade que eles têm de desenvolverem-se também com a música, com todos benefícios a que esse aprendizado está atrelado. A pedagoga e musicista, coordenadora e professora do Centro de Educação Musical Holanda, unidade Marista, Júlia Holanda, ressalta que assim como a criança é exposta a estímulos verbais variados e com diferentes graus de complexidade nos primeiros anos de vida, ela deveria entrar em contato com estímulos musicais equivalentes.

As aulas para bebês e crianças de 0 a 6 anos na Escola Holanda utiliza metodologia didática que desperta e potencializa a atenção, a concentração, a memória, a fala, a motricidade, a socialização, o controle emocional, a regulação, além do sistema sensorial e cinestésico. “As crianças absorvem tudo e compreendem o mundo como um radar que capta todos os sinais à sua volta”, explica Júlia. Por exemplo, uma das estratégias é o uso de instrumentos musicais como meio de desenvolvimento motor. Associados ao senso rítmico, eles estão no centro das aulas de iniciação musical ministradas por Júlia.

“A utilização de instrumentos musicais profissionais e de qualidade com esse enfoque conscientiza os bebês com movimentos bilaterais paralelos e movimentos com lateralidade dissociada ou alternada”, orienta. Além disso, são exploradas fontes de sons, formando assim o quadro sonoro, a relação entre o som e o silêncio, as texturas sonoras variadas, inicialmente através de sílabas simples, desenvolvendo, assim, as primeiras noções da consciência melódica.

Em casa, também é possível estimular seu bebê musicalmente. Ao cantar, você pode brincar com a voz, com os movimentos corporais, com a respiração e com olhar. “Podemos cantar breves trechos melódicos de canções, substituindo as palavras por sílabas simples e neutras, como ‘la-la-la’, ‘pom-pom-pom’, de maneira que elas não sejam confundidas com palavras de qualquer idioma”, aconselha Júlia.

Ao cantar para a criança também é importante o cuidado com o ambiente, para garantir que ela possa receber o estímulo do cantar com o mínimo de obstáculos, como outras vozes em conversas, sons de rádio, televisão, discos, entre outras interferências sensoriais. Finalmente, nesse momento de estimulação musical, tente deixar de lado a comunicação verbal e, por meio dos sons musicais, brinque de “falar música” com seu filho. “Com isso, cabe à criança viver intensamente todas essas experiências que lhe são oferecidas: ser curiosa, investigar, conhecer, vincular-se e, mais do que tudo, viver a música”, vibra Júlia.

Saiba mais sobre os benefícios da música para o bebê:

https://www.youtube.com/watch?v=Q-QIEMeaOtg