A variação hormonal e a predisposição genética podem deixar as mulheres mais suscetíveis ao aparecimento de manchas no rosto durante a gravidez. Trata-se do temido melasma, também chamado de cloasma gravídico. O problema é consequência do aumento de melanina na pele, comum durante a gestação, em decorrência do hormônio melanotrófico, que intensifica a pigmentação das auréolas mamárias, linha nigra do abdômen e de todas as pintas do corpo.
A dermatologista, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, Dra. Maria Paula Del Nero explica que a presença da radiação ultravioleta e, em menor intensidade, do infravermelho, fornecidos por fontes de calor, como o sol, lâmpadas e câmeras de bronzeamento artificial, são o ativo necessário para o surgimento das manchas. Saiba como prevenir e tratar o problema:
Como a gestante pode se prevenir do melasma?
Como o principal fator desencadeante é o sol, é importante evitar a exposição e jamais esquecer o filtro solar. O ideal é aplicar bloqueador solar com, no mínimo, fator de proteção 30, a cada duas horas. Mesmo quem vai ficar em casa deve adotar o hábito diariamente, para se proteger da luz do computador ou até mesmo daquela que entra pela janela. Usar uma base pode ser interessante para unir a proteção química do filtro com a barreira física da maquiagem. Na hora de escolher a base, opte sempre por aquelas com filtro solar e que respeitem o grau de oleosidade da pele. Se estiver em área externa, procure usar óculos de sol e se proteger com chapéu ou boné.
Quando há indicação do uso de cremes clareadores?
Eles são mais indicados nos casos em que há tendência genética ao problema. Tais despigmentantes devem ser prescritos pelo dermatologista, pois contêm substâncias como ácido glicólico, azelaico, fítico, lático ou mandélico, que bloqueiam a produção de melanina e sua distribuição pelas células da epiderme. Como há o risco de sensibilização, é imprescindível o acompanhamento do especialista. Os resultados começam a surgir, em média, dois meses após o início do tratamento, e a eficácia desses cosméticos depende da profundidade da lesão.
Os peelings são eficazes contra o melasma?
A remoção da melanina pode ser feita com uso de peelings, que promovem a esfoliação da pele, eliminando a melanina. São utilizados, de preferência, os peelings superficiais, como ácido retinoico 1% a 3%, ácido glicólico 70%, ácido salicílico 30%. Os peelings superficiais são eficientes para o tratamento do melasma epidérmico, mais superficial; porém tem pouca ação no melasma dérmico, profundo e de resolução mais difícil. Podem ser feitos durante e depois da gravidez por indicação médica. O especialista passa um preparado na face, que deve ser retirado algumas horas depois. Após dois ou três dias, tem início o processo de descamação e, com isso, a remoção de pigmentos. Duas semanas depois, a superfície já está mais clara. O ideal é que as gestantes apostem em peelings menos agressivos, ainda que tenham que fazer mais aplicações. Dependendo da intensidade do melasma, serão necessárias de três a seis sessões, com intervalo de duas a quatro semanas entre elas. O uso de protetor solar é obrigatório e a exposição ao sol é proibida por, no mínimo, um mês.
Que outros tratamentos merecem destaque no combate ao melasma?
A microdermoabrasão, ou Peeling de Cristal, promove um afinamento do tecido epitelial. Além de clarear manchas, aumenta a produção de colágeno e atenua marcas de expressão. Já a LIP (Luz Intensa Pulsada) gera um calor na pele que atinge vários alvos, como melanina, vasos sanguíneos e colágeno. Ambos os procedimentos minimizam o melasma em três a quatro sessões, uma vez a cada 15 ou 30 dias.
Há tratamentos com laser? Quais são os mais eficazes?
Recém-chegada ao país, a tecnologia Spectra Laser Toning não esquenta a pele e atua diretamente no melanócito, que produz melanina em exagero no melasma, e reduz definitivamente o tamanho das células do pigmento. É a melhor opção para combate aos melasmas, com estudos científicos comprovados e aprovada pelo FDA (Food and Drugs Administration, agência americana reguladora de alimentos e medicamentos). São realizadas de oito a dez sessões, uma por semana. Ela preserva a pele saudável, pois os pulsos são longos e de alta intensidade, agindo nos pigmentos mais profundos e sem risco de inflamações e hiperpigmentações. O Laser Toning by Spectra é outra boa opção. Ele possui padrão ouro, ou seja, tecnologia e sistema de última geração, aprovado pelo FDA americano. Pode ser utilizado em qualquer tipo de pele e age diretamente na diminuição do tamanho das células do pigmento. As sessões são bem-rápidas e indolores. O paciente sente apenas um leve formigamento na região onde o laser está sendo aplicado e uma pequena vermelhidão após a aplicação, que desaparece poucas horas depois.