Assim que o bebê nasce, é necessário realizar alguns exames antes mesmo da alta hospitalar. Esses exames são conhecidos como triagens neonatais, que podem detectar alterações e prevenir doenças. Um deles é o Teste do Olhinho. “Divulgado como obrigatório pelo governo federal, o Teste do Olhinho é, na verdade, o Teste do Reflexo Vermelho (TRV), que deve ser realizado em todos os recém-nascidos antes da alta da maternidade e, pelo menos, duas a três vezes ao ano, nos três primeiros anos do bebê. O teste é rápido e indolor, não havendo necessidade de colírios. É importante, pois permite o encaminhamento precoce para diagnóstico e tratamento se for detectada qualquer alteração”, explica a oftalmologista Dra. Márcia Cartaxo.
Descoberta alguma alteração no TRV, o bebê deve ser encaminhado ao oftalmologista, para confirmação diagnóstica e tratamento precoce. “Já o Teste do Olhinho realizado pelo oftalmologista inclui, além do TRV, o mapeamento de retina, que constitui na avaliação da retina com oftalmoscópio indireto e o bebê tem seu olhinho dilatado com colírio. Esse exame permite o diagnóstico de doenças não detectáveis com o TRV”, afirma. Ela ainda ressalta que prematuros não devem ser rastreados pelo TRV, pois esse não é adequado para detecção de retinopatia da prematuridade. Os prematuros nascidos com peso abaixo de 1,5 kg e/ou menos de 35 semanas e internados em uma Unidade de Tratamento Intensivo devem se submeter ao Teste do Olhinho para mapeamento de retina realizado por oftalmologista.
De acordo com a Dra. Márcia, o Teste do Reflexo Vermelho rastreia alterações que possam comprometer a transparência dos meios oculares, tais como catarata (alteração da transparência do cristalino), glaucoma (alteração da transparência da córnea), toxoplasmose (alteração da transparência do vítreo pela inflamação), retinoblastoma (alteração da transparência do vítreo pelo tumor intraocular) e descolamentos de retina tardios. Já o Teste do Olhinho com o mapeamento de retina permite não só o rastreamento de casos suspeitos, mas o diagnóstico dessas patologias citadas, além do diagnóstico da retinopatia da prematuridade, quando presente.
Caso o bebê não tenha tido a oportunidade de fazer o TRV na maternidade, o ideal é realizar até o terceiro mês de vida, quando um tratamento mais efetivo ainda é possível. E para os papais e mamães que têm receio de fazer o Teste do Olhinho, por pensarem que pode incomodar o bebê, a Dra. Márcia alerta: “o Teste do Olhinho com mapeamento de retina permite o diagnóstico de doenças que poderiam passar despercebidas no TRV, portanto, os benefícios superam muito qualquer receio com relação a esse exame”.