Mitos e verdades sobre vacinas

Não existia nenhum tipo de vacinação até 1800, e epidemias de doenças graves, como varíola, matavam milhões de pessoas. Isto já não acontece mais, pois essa e outras doenças, como sarampo, difteria, tétano e muitas mais foram reduzidas drasticamente após as vacinas desenvolvidas contra elas. Em 1980 havia enfermarias lotadas de pacientes com sarampo. Hoje, a maioria dos médicos mais jovens nunca viu um caso sequer. Isso por si só é a maior prova da eficácia e importância das vacinas. Ainda assim, periodicamente circulam rumores desencorajando a aplicação de vacinas. A especialista em pediatria e pneumologia pediátrica Dra. Lorena Xavier Costa Brzezinski esclarece que o processo para produção de vacina é muito moderno nos dias de hoje e é possível usar apenas uma pequena parte do vírus morto para produzir uma vacina.

“Um vírus morto não pode ressuscitar e causar uma doença. As vacinas não são isentas de efeitos colaterais, mas apenas 20% das pessoas evoluem com dor local, mal-estar e, ocasionalmente, febre, efeitos que são considerados leves perto do que pode ocasionar uma possível doença. Eventos adversos mais graves são extremamente raros.”

“Atualmente, a maioria das doenças infecciosas é mantida em controle justamente pela vacinação. Mas há uma geração inteira que nunca conviveu com epidemias e, por isso, as pessoas perderam o medo e subestimam o risco destas infecções. Entretanto, é certo que a comunidade que não se vacinar eventualmente vai acabar sendo acometida por um surto, como aconteceu recentemente nos EUA com o sarampo”, acrescenta a médica.

Outros mitos famosos sobre vacinação também já foram desmascarados, como a associação de autismo com a vacina tríplice viral – comprovadamente um estudo fraudulento que custou ao seu autor a cassação do seu registro profissional. Ainda segundo a Dra. Lorena, o medo de várias vacinas serem aplicadas no primeiro ano de vida, a chamada “sobrecarga antigênica”, é infundado, pois já foi comprovado que mesmo se a criança tomar 11 vacinas no mesmo dia, ela usaria apenas 0,1% do seu sistema imunológico.

“Sendo assim, está mais que documentados cientificamente os benefícios da vacinação, com efeitos colaterais muito mais raros que os produzidos pela doença. Lembrando que vacinas não são apenas para crianças. Há varias indicadas para adultos e idosos e outras que exigem reforços periódicos. Previna-se”, aconselha.