Você sabe o que é Restrição de Crescimento Intrauterino?
Conhece a sigla RCIU? Ela designa a Restrição de Crescimento Intrauterino, uma condição que atinge de 5 a 10% das gestações. Trata-se da dificuldade do feto de alcançar o potencial de crescimento e peso adequados para sua idade gestacional, um problema que, infelizmente, está associado a um aumento da mortalidade perinatal, aponta o ginecologista e obstetra Dr. Ederlei Munhoz Pinsuti.A apresentação clínica do problema é variável, mas o consenso entre os médicos para diagnosticá-lo é baseado no índice que avalia o peso do bebê, chamado de percentil. Ele é medido numa escala que varia de 0 a 100. Por exemplo: se o bebê tiver o percentil 40, isso significa que 60% dos bebês de mesma idade são maiores do que ele, enquanto 40% são menores. A variação do percentil considerado normal é ampla, vai de 10 a 90. Bebês abaixo do percentil 10 são ditos pequenos para a idade gestacional, enquanto os maiores de 90, grandes.Segundo o Dr. Ederlei, a insuficiência placentária - quando o feto não recebe o fluxo sanguíneo que deveria por meio da placenta - é a causa mais comum de baixo peso fetal, correspondendo a uma porção substancial dos casos (em torno de 25 a 30% do total). O médico destaca que quando há fetos pequenos em que não há evidências de envolvimento placentário e seus resultados perinatais são quase normais eles são clinicamente referidos como Pequenos para Idade Gestacional (PIG). “Contudo, tanto PIG quanto RCIU mostram uma prevalência aumentada de alterações no desenvolvimento neurológico, cardiovascular e endocrinológico a longo prazo”, alerta o Dr. Ederlei.O exame dopplerfluxométrico é o principal suporte usado para distinguir RCIU e PIG. Ele indica se o fluxo sanguíneo está inadequado, o momento em que ocorre o sofrimento fetal agudo e ainda se este feto está correndo risco de vida caso permaneça dentro do útero. É, portanto, de fundamental importância para a decisão correta da necessidade da realização de um parto prematuro. “Nesses casos, o feto estará recebendo de forma adequada os nutrientes e oxigênio de que tanto necessita para o seu crescimento em uma Unidade de Terapia Intensiva neonatal, sendo neste contexto a melhor conduta para este feto, aumentando muito as suas chances de sobrevida”, analisa o especialista.