Parto humanizado: respeito à mamãe!
B. M. A. engravidou pela primeira vez e, entre todas as histórias de partos e nascimentos que ouvia, lembrou-se em especial de uma: a amiga T, que tanto queria um parto normal. Era saudável, ativa, inteligente e bem-informada. T contratou uma doula, leu sobre obstetrícia, fez exercícios de pré-parto na gravidez. Mas, no final, acabou sucumbindo a uma evidência que não apontava necessariamente na direção do parto cesáreo, mas ela teve que ceder à decisão médica e, talvez, à própria ansiedade. B.M.A. descobriu, com as narrativas da amiga, que é importante estar atenta aos sinais dos próprios sentimentos, mais que aos sinais fisiológicos, estar em contato consigo mesma, com as expectativas reais sobre a maternidade, o parto e o pós-parto do que com a disciplina da obstetrícia. E ter uma equipe de confiança.A história, fictícia, resume diversas outras narrativas de mulheres e famílias que querem um parto humanizado: aquele em que o pai é parceiro, os profissionais de medicina são atenciosos e há um apoio específico para a mulher, com a figura da doula. Ele pode acontecer em casa ou no hospital. Mas, mais importante que isso, é resultado de uma decisão feminina, fruto do seu empoderamento, que aceita que a natureza seja absoluta e soberana para que emerja dela a mãe, com o que há de mais terno, mas também mais forte e selvagem, que é a força de trazer à luz uma nova vida.A Equipe Raízes acredita no crescimento feminino por meio da decisão da mulher pelo Parto Humanizado. Formada por dois obstetras, uma neonatologista, duas enfermeiras obstetras e doulas, uma psicóloga, uma fisioterapeuta e uma fotógrafa, o grupo aposta na abordagem multidisciplinar para apoiar as mulheres no processo de superação, empoderamento e crescimento ao qual o Parto Adequado conduz. “Temos assistido as mulheres conquistarem ainda mais autonomia por meio da sua busca pelo parto humanizado. Nosso papel é auxiliá-las com apoio emocional e compreensão profissional dos seus desejos para que o parto tenha o melhor resultado, sendo uma experiência de autoconhecimento e nascimento feliz”, avalia o Dr. Luís Carlos Weyne, um dos obstetras que compõem a equipe.O Brasil possui alta taxa de cesáreas: cerca de 55% diante dos 15% preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A avaliação é que esse índice vem do histórico de práticas inconsistentes com as propostas do Parto Humanizado.Na contramão disso, a Equipe Raízes trabalha com o que há de mais visceral, profundo e positivo nas mulheres, que pode emergir através do parto: fé em si mesma, amor universal, catarse. A ideia é que o parto seja uma história de intimidade da mulher consigo própria, o marido e a cria, reforçando o que há de mais natural no parir e no nascer.