Como saber se uma gestação é de alto risco?
Uma gestação é considerada de alto risco quando a gestante ou o bebê apresentam alguma doença ou condição que aumentam as possibilidades de uma evolução desfavorável na gravidez, parto e pós-parto. Segundo o ginecologista e obstetra Dr. Francisco Lobo, mulheres com doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, cardiopatias, entre outras, já se enquadram nessa classificação. Porém, algumas complicações podem se instalar durante a gestação de uma mulher previamente saudável, sendo descobertas durante o pré-natal. Conheça as patologias mais comuns:

Síndromes Hipertensivas. Numa gestação normal, os níveis pressóricos caem gradativamente a partir de 12 semanas, chegando a menores níveis no segundo trimestre e retornando a níveis pré-gestacionais no final do terceiro trimestre. A hipertensão é a complicação clínica mais comum da gestação, ocorrendo em 10% a 22% das gestações e no Brasil é a principal causa de mortalidade materna. São classificadas em: hipertensão arterial crônica e as específicas da gravidez, que surgem após a 20ª semana, como hipertensão gestacional e a pré-eclâmpsia, sendo a eclâmpsia uma complicação gravíssima, que caracteriza-se por presença de convulsão, que não pode ser atribuída a outras causas. Nos dias atuais podemos reconhecer os riscos de uma gestante desenvolver a pré-eclâmpsia e tentar evitar que ela ocorra precocemente, antes de 34 semanas.

Diabetes Mellitus Gestacional. Devem ser realizados exames e teste de rastreamento entre a 24ª e 28ª semanas para avaliar o desenvolvimento da doença e, se instalada, o acompanhamento rigoroso da glicemia é essencial, principalmente após o sétimo mês de gestação quando o bebê fica mais exposto ao estado de hipoglicemia que pode comprometer a sua vitalidade e até levar a morte.

Rotura prematura de membranas. A gestante deve ficar sempre atenta à infecção de urina e genital. Essas, quando presentes, deverão ser tratadas adequadamente, pois são importantes fatores de risco. Essa intercorrência está diretamente ligada à prematuridade e suas complicações. Por esse motivo, devem ser tomadas todas as medidas para reduzir os agravos materno-fetais e tentar prolongar, quando possível, a interrupção da gestação para melhorar a sobrevida dos bebês. Nesses casos é imprescindível a monitorização rigorosa a fim de evitar infecções graves.

Incompatilibildade Rh. Quando a gestante é tipo sanguíneo fator Rh negativo e o pai do bebê é fator Rh positivo, a grávida deve realizar testes mensais de Coombs indireto para checar se está havendo isoimunização. E se porventura ocorrer, o bebê deve ser monitorado a fim de reconhecer a anemia fetal, que pode ser danosa a ele.

Doenças Infecciosas. As gestantes se enquadram em população de risco para infecções, pois sua resistência imunológica diminui e o risco de doenças graves aumenta. Por esse motivo, algumas vacinas, como influenza, devem ser realizadas no pré-natal.