Construir uma relação de confiança e cumplicidade entre pais e filhos, no entanto, não é fácil, ainda mais na correria do mundo atual, em que a preocupação de alguns pais é garantir as questões físicas e biológicas dos filhos, para que seu futuro seja de sucesso. “Então, vemos muitos pais atribulados, ocupados com seus afazeres, e com pouco tempo para estar junto do filho e, principalmente, indisponível emocionalmente e afetivamente para enxergar os gritos, choros e comportamentos excessivos dos pequenos”, ressalta a Dra. Geisla.
É nessa hora que alguns pais acabam acreditando que o vazio deixado pela ausência pode e deve ser preenchido com presentes materiais e com a não aceitação dos limites. “Impô-los passa a ser associado a não amar, o que é um erro, pois eles fazem parte da educação e da construção de um relacionamento de respeito em família, inserindo as crianças no mundo simbólico do aprendizado”, reitera a psicóloga.
Para resolver essa ausência ou mesmo evitar que ela exista, é preciso, fundamentalmente, que os pais tenham ou exercitem sempre a possibilidade de ouvir e falar, mantendo um diálogo com os filhos. Assim são maiores as chances de manter uma relação de autoridade, estabelecendo respeito entre ambos, e não de autoritarismo, com imposições.
Conflitos
Conflitos na relação pais e filhos durante a infância podem ser percebidos pelos pais no dia a dia da criança. Mudanças no comportamento de rotina na escola, agressividade intensa, choro persistente, entre outros sinais, podem indicar que a relação com os pais vai mal. “Esse é o momento de pedir ajuda psicológica, é quando não se sabe escutar o que o outro realmente está falando. Um momento angustiante para os pais ao tentar e perceber que não estão conseguindo decifrar ou suprir os pedidos dos filhos”, observa a Dra. Geisla.