8 dicas para acabar com o vício de crianças em telas

Um estudo realizado por uma companhia de tecnologia infantil, SuperAwesome, concluiu que crianças de 6 a 12 anos, nos Estados Unidos, estão passando ao menos 50% do seu tempo mexendo em telas diariamente durante a quarentena. A discussão sobre o tempo de utilização de celulares, tablets, computadores e TVs já existia. Na pandemia, a preocupação se intensificou, até porque muitos ficaram dependentes das telas para os estudos.

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda limitar o uso de telas para crianças entre 2 a 5 anos em uma hora por dia; entre 6 e 10 anos, são recomendadas duas horas. E, para os mais velhos, a recomendação é de três horas diárias. Uma rotina que extrapole esses limites pode ser a porta de entrada para a dependência em eletrônicos, mal que atinge cerca de 65% das crianças do mundo todo.

Ainda que o uso excessivo do meio digital possa causar prejuízos à saúde mental, ele se tornou, durante a quarentena, uma forma de entretenimento e de saciar a necessidade de estímulos. “O cérebro humano foi desenhado para buscar uma estimulação constante. No entanto, para a criança, isso tem um custo alto, pois quando essa superestimulação é tirada, o cérebro dela não descansa e segue pedindo a continuação da estimulação”, explica a psiquiatra da Infância e Adolescência Dra. Danielle H. Admoni.

Assim que desliga a tela, a criança olha ao redor e não encontra nada compatível à torrente sensorial que os eletrônicos podem proporcionar. Para piorar, muitos pais incentivam o uso das telas para evitar que os filhos fiquem entediados e, consequentemente, agitados, como se os eletrônicos fossem os únicos meios de despertar a atenção.

“Em meio ao caos que estamos vivendo, a correria e impaciência fizeram muitas famílias esquecerem que há várias outras maneiras de estimular a criança, e de forma mais saudável, tanto para a mente como para o corpo”, diz Danielle Admoni.

Segundo a psiquiatra, é preciso fazer o “desmame das telas”. Para isso, dicas não faltam:

1) Deixe a criança entediada. Permita que ela mesma busque a estimulação que seu cérebro precisa. Se notar dificuldade, invente uma atividade com ela. Aos poucos, vá deixando que ela brinque sozinha, evitando criar uma dependência da sua presença.

2) Motive seu filho a brincar com algo que não tenha pilhas ou baterias. Vale presentear a criança com um brinquedo novo. Se ela quiser escolher, incentive jogos de construção, massinha de modelar, pinturas, quebra-cabeça com o tema do seu personagem favorito ou até brinquedos artesanais.

3) Proponha desafios, como reorganizar seus brinquedos. Peça para seu filho escolher algo que não lhe interesse mais e sugira doar para alguma criança na rua ou para uma instituição. Só vale se seu filho participar deste ato. Será uma excelente oportunidade de ensina-lo a exercer a solidariedade.

4) Aposte nos livros. A leitura, que auxilia no desenvolvimento cognitivo, socioemocional e cultural, deve ser introduzida junto com os demais brinquedos como mais um objeto de prazer e de exploração do mundo.

5) Caso seu filho não demonstre entusiasmo pelos livros, leia com ele. Além de ser uma oportunidade de estarem juntos, você pode ajudar a criança a desenvolver linguagem, compreensão, imaginação, criatividade, entre outras habilidades que a leitura pode proporcionar.

6) Demonstre interesse pelas atividades de seu filho. Pergunte o que ele está fazendo, como está fazendo e se disponha a ajuda-lo no que for preciso. Além disso, elogie suas evoluções.

7) Crie uma tabela que estipule o tempo dedicado aos eletrônicos. Coloque metas e seja firme. Não deve haver exceções.

8) Não esqueça de dar o exemplo. Evite ao máximo usar o celular quando estiver com seu filho.

“Vale lembrar que é possível que algumas crianças não respondam bem à retirada ou redução das horas de uso das telas. Daí a importância de ter paciência e firmeza, não deixando se levar por manhas ou chantagens. Na realidade, será a intensidade e frequência de protesto por parte da criança que mostrará o quanto essa intervenção é necessária. O mais importante é que este processo seja natural e que a criança perceba que as mudanças propostas são positivas. Se for preciso, não hesite em buscar ajuda de um especialista”, finaliza Danielle Admoni.

 

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