Do momento em que a gravidez é descoberta ao nascimento do bebê, a vida passa a ser uma constante transformação, inclusive no que diz respeito à saúde. Na gestação, uma em cada quatro mulheres apresentam quadro de síndrome do túnel do carpo, por conta da retenção líquida nos membros superiores.
“Essa síndrome surge a partir da compressão do nervo mediano, que passa dentro de uma estrutura chamada túnel do carpo. Esse nervo mediano é o responsável pela sensibilidade de parte da palma e dedos da mão, exceto o dedo mínimo e também manda impulsos para vários pequenos músculos nesta região”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Antonio Tufi Neder Filho.
De acordo com o especialista, o principal sintoma desta doença é o formigamento, que se manifesta geralmente à noite, além de dor, que pode ser intensa a ponto de acordar a pessoa. Com a evolução desta síndrome, aparecem algumas alterações motoras e dificuldade em realizar atividades que exijam precisão, como abotoar uma camisa e amarrar os sapatos.
“Se os sintomas persistirem por alguns dias, um especialista em Cirurgia da Mão deve ser procurado para avaliar o caso e, se necessário, solicitar alguns exames para confirmar o diagnóstico e indicar o tratamento, que pode ser iniciado com o uso de tala para imobilizar o punho, principalmente durante a noite”, diz.
Tendinite
Com o nascimento da criança, a intensa rotina de cuidados pode levar ao desenvolvimento de uma tendinite chamada de “tenossinovite de De Quervain”. Queixas do problema já foram registradas nas redes sociais por mães famosas, como a influencer Rafa Brites e a atriz Nanda Costa.
“A retenção de líquidos causada por alteração hormonal no final da gestação, que prepara a futura mamãe para o parto e para a amamentação, pode causar dores nos punhos. Os tendões do punho passam por túneis antes de chegar aos dedos. O aumento de volume ou inchaço faz com que estes tendões fiquem apertados nestes túneis, gerando a inflamação”, pontua.
Na tenossinovite de De Quervain, os sintomas começam com um desconforto ao mexer o polegar e nos movimentos laterais do punho com o polegar dobrado. “Colocar uma imobilização protetora, alternar o braço ao segurar a criança e colocar gelo sobre o local podem melhorar as dores. Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem com o tempo, quando a mãe retorna ao seu metabolismo normal, volta a menstruar e, por consequência, retorna ao seu peso normal”, conclui.